Foram criadas 209.078 novas vagas de trabalho com carteira assinada no País em setembro, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho. O resultado ficou dentro do intervalo previsto pelo mercado, mas é o pior para o mês desde 2006, quando o saldo líquido de postos formais ficou em 176.735.
Entre 2007 e 2010, a criação de vagas no nono mês do ano sempre esteve acima dos 240 mil empregos. O recorde para setembro ocorreu em 2008, quando o saldo chegou a 282.841.
O saldo no mês foi superior às 190.446 vagas criadas em agosto, mas ficou abaixo dos 246.875 postos de trabalho gerados em setembro do ano passado.
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Ontem, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, antecipou que Caged de setembro deveria apontar uma criação de cerca de 2 milhões de vagas de trabalho nos primeiros nove meses de governo da presidente Dilma Rousseff. O resultado para o mês fechado, porém, veio acima do previsto pelo ministro, que estimou a criação de no mínimo 180 mil postos de trabalho com carteira assinada. O ministro já havia dito no começo do mês que a geração de empregos ao longo de 2011 deverá totalizar 2,7 milhão de postos formais, abaixo da meta anterior, de 3 milhões de vagas.
Segundo Lupi, os números mais fracos estão relacionados ao setor industrial, que sofre com a concorrência estrangeira e o câmbio. Por outro lado, produtos agrícolas e commodities permanecem com a demanda aquecida. "Produtos com maior valor agregado têm menor demanda, enquanto os de menor valor agregado continuam com encomendas em alta, como alimentos, grãos, carnes e minérios de todo o tipo."
Apesar de citar a concorrência com produtos importados, o ministro descartou um processo de desindustrialização no País, como diagnosticam empresários brasileiros.
Serviços
O setor de serviços foi o que gerou mais vagas formais de trabalho em setembro, com saldo líquido de 91.774 postos. A indústria criou 66.269 vagas e o comércio foi responsável pela geração de 42.373 postos.
Mas foi a construção civil, com 24.977 vagas em setembro, que apresentou a maior expansão no mês, de 0,91%. Já a agricultura apresentou redução de 20.874 postos formais no mês, principalmente por causa do cultivo de café, que teve desempenho negativo de 25.405 vagas.
A região que criou mais vagas com carteira assinada em setembro foi o Nordeste, com 89.424 postos. O segundo melhor desempenho ocorreu no Sudeste, com 67.107 vagas formais. Já a região Sul registrou saldo positivo de 29.958 empregos, seguida por Norte (12.377) e Centro-Oeste (10.212).
Os Estados com melhores desempenhos foram São Paulo (36.396 vagas), Alagoas (31.937) e Pernambuco (27.766). O Estado do Rio de Janeiro, com 23.903 novos postos formais, registrou desempenho recorde para meses de setembro. Os Estados com piores desempenhos foram Acre e Rondônia, com saldos de apenas 86 e 243 novas vagas formais, respectivamente.