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Econômica e política

Crise aumenta exigência em diligências de fusões e aquisições

Agência Estado
07 ago 2016 às 14:39

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- Divulgação
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As crises econômica e política no Brasil acentuaram a demanda por diligências mais profundas nos processos de fusões e aquisições, indo além dos aspectos financeiros, fiscais e trabalhistas. De olho nisso, a consultoria Alvarez & Marsal está ampliando seus serviços na América Latina e garante que já atende uma série de fundos que apenas aguardam o momento certo para voltar a fazer aquisições no Brasil. A companhia tem na carteira clientes empresas como a varejista Leader, vendida recentemente pelo BTG Pactual.

Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o sócio responsável pela área de Consultoria em Transações da Alvarez & Marsal na América Latina, Fabio Guerra Pires, conta que os investidores querem conhecer as empresas sob aspectos operacionais e se certificar de que não correm risco de serem questionadas pela lei anticorrupção, que entrou em vigor em janeiro de 2014.

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Os fundos de private equity, que captaram bilhões para investir na América Latina desde 2014, estão entre os clientes da consultoria que buscam otimizar tempo por meio das diligências mais detalhadas e que, segundo o executivo, apenas aguardam o melhor momento para começar a fechar as aquisições. "Temos visto que os fundos estão ativos nas diligências e a conclusão dos negócios está dependendo do momento político e econômico. Ou seja, dos desdobramentos do processo de impeachment e de uma demonstração de que a agenda de reformas da equipe econômica começará a andar", explica.

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Para ilustrar o "gap" de investimentos dos fundos de private equity, Pires cita os números da Latin American Private Equity & Venture Capital Association (Lavca): dos US$ 10,4 bilhões e US$ 7,2 bilhões captados para a América Latina em 2014 e 2015, foram investidos US$ 7,9 bilhões e US$ 6,5 bilhões, respectivamente.

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As diligências dos fundos de private equity, e também os estratégicos, têm se concentrado em setores de tecnologia da informação (TI), serviços financeiros, saúde e agribusiness, de acordo com Pires. O perfil dos fundos varia de R$ 200 milhões a R$ 1 bilhão, entre os quais muitos já presentes no Brasil. Quanto aos estratégicos, os principais são os chineses. Pires comenta que os estratégicos tem olhado o segmento de infraestrutura com foco em energia.


Pires diz que, para atender a demanda desses clientes, a Alvarez & Marsal ampliou o serviço de diligência na América Latina com a criação das áreas de Melhoria de Performance (Performance Improvement - PI) e Consultoria em Transações, também conhecida como Diligência Financeira e Tributária (Due Dilligence), as quais já existem em outros mercados em que atua, como os Estados Unidos.

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Pires diz que para alcançar o objetivo de preparar as companhias para a venda, o time de Performance Improvement é composto por ex-CEOs ou ex-CFOs de empresas, enquanto que o trabalho da equipe de consultorias em transações é realizado em parceria com os bancos de investimentos.


"A era de 'comprar a preço baixo e vender a preço alto' está praticamente extinta, principalmente em um ambiente complexo e de tantos desafios como o do Brasil. Acreditamos que a forma de 'due diligence' clássica que vem sendo praticada no mercado não é mais suficiente para preparar o investidor para a execução de um plano de integração e crescimento sustentável", comentou Pires ao Broadcast.

Segundo ele, isso implica entender a potencial aquisição de modo mais robusto, olhando aspectos operacionais e comerciais, para que haja maior sensibilidade quanto aos custos implícitos em uma potencial estratégia futura de crescimento. Pires explica que essa avaliação, entretanto, não é estática, mas sim combinada aos resultados das diligências financeira, fiscais e trabalhistas.


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