O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, prevê que 30 a 40 mil pessoas vão perder o emprego no setor, nos próximos quatro meses, se a Petrobras não retomar os investimentos na construção de sondas e navios-plataforma. Rocha participou de audiência pública conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle; e de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio convocada para discutir os impactos e os efeitos da Operação Lava Jato na economia e no índice de emprego do Brasil.
Rocha apontou ainda outro efeito da paralisação de contratos da Petrobras: o retrocesso na nacionalização de equipamentos navais voltados para a exploração de petróleo e gás, que começou em 2003. "Estamos competindo com Cingapura e China, onde os custos de mão de obra são 20% menores", reclamou.
Segundo ele, a crise do setor poderá ter consequências a longo prazo para a indústria brasileira. "Empresas estrangeiras estão sendo contratadas para construir no lugar das empresas afetadas pela Operação Lava Jato e vão gerar empregos fora do Brasil", lamentou. Segundo ele, uma empresa chinesa deve construir os módulos de exploração que estavam sendo construídos no Pólo de Jacuí, no Rio Grande do Sul.
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A produção local foi afetada pela rescisão do contrato entre a Petrobras e a Iesa, uma das empresas investigadas pela Lava Jato.
O prefeito de São Jeronimo (RS), Marcelo Luiz Schreinert, que também participa da audiência, cobrou a retomada dos investimentos da Petrobras e apontou as consequências da paralisação na economia dos 11 municípios da região.