O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse hoje que a crise econômica global não terá um fim até que haja queda relevante do desemprego. "Portanto, essa ideia de que a crise está atrás de nós certamente é uma ideia errônea", disse, durante entrevista conjunta do FMI e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). "O crescimento é muito importante, mas crescimento não é suficiente. Pode haver crescimento sem trabalho", alertou.
O primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, que organizou o evento "Os desafios do crescimento, emprego e coesão social", disse que a crise econômica moveu-se do mercado financeiro para o mercado de trabalho. "Mesmo que vejamos sinais de recuperação e mesmo que vejamos as economias acelerando em muitos países, é cedo para dizer que a crise acabou, porque enquanto tivermos elevado desemprego ainda teremos uma crise", afirmou Stoltenberg.
O FMI disse que um número recorde de 210 milhões de pessoas no mundo estão desempregadas, um aumento de mais de 30 milhões em relação a 2007, data a partir da qual a crise de crédito global levou muitas das maiores economias do mundo para a recessão. A OIT estima que nos próximos dez anos mais de 440 milhões de novos empregos serão necessários para absorver quem chega ao mercado de trabalho e para reverter o desemprego causado pela crise.