Influenciado principalmente pelo aumento no custo de produção do pintinho de um ano, o ICPFrango/Embrapa fechou o ano de 2014 com alta de 6,23% no acumulado de janeiro a dezembro, encerrando com 175,19 pontos, segundo os índices da Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias) da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia (SC). Entre fevereiro de 2014 e janeiro deste ano, o índice teve alta de 8,68%. O ICPFrango/Embrapa é referente aos custos de produção no Paraná, maior produtor de frangos do País. Em contrapartida, o custo de produção de suínos fechou o ano passado em queda de 0,44%, chegando a 175,19 pontos.
E embora fosse registrada uma queda de 0,8% na variação do custo de produção do pintinho entre janeiro deste ano e dezembro do ano passado, a tendência é de que o ICPFrango siga em alta em 2015, o que certamente provocará impacto no preço do quilo do frango comercializado nos supermercados. Isso porque o pintinho de um ano, responsável por 15% dos custos de produção do frango de corte, registrou aumento de 5,74% no acumulado do ICP do ano passado, de acordo com a Embrapa. "A alta no custo de produção do pintinho de um ano ocorreu devido à diminuição da oferta do produto no ano passado. A quantidade de carne produzida em 2014 foi praticamente a mesma de 2013", explica o analista de economia da Embrapa Suínos e Aves, Ari Jarbas Sandi.
Produtores e empresários do setor avícola evitam estimar o impacto do aumento no custo de produção de frango para o consumidor final, mas admitem que o preço do quilo da ave comercializado nos supermercados inevitavelmente sofrerá um reajuste.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Além dos custos com insumos como ração, que chegam a 65% na cadeia produtiva, equipamentos e manutenção das granjas, o aumento tarifário da energia elétrica e especialmente do combustível ajuda a explicar a previsão de alta. "Com certeza tem um impacto para a indústria e o consumidor. O que determina o preço final é a demanda. Quando falta o produto no mercado, o preço sobe. Hoje diria que está até sobrando devido a essa recessão econômica, as pessoas diminuíram o consumo da carne, mas lá na frente o cenário muda", avalia o gerente de integração da Big Frango, Cláudio Yoshitani. Para ele, a saída mais rentável à indústria num momento de previsão de alta nos custos de produção é a exportação da ave, em função da valorização do dólar.
Ari Sandi afirma que no primeiro trimestre o preço do pintinho de um ano pode até cair, "porque é natural que o mercado retraia o consumo nessa época", mas ele estima uma nova alta a partir de maio. O analista da Embrapa ressalta que mesmo a queda de 0,18% no custo de produção do pintinho verificada no último mês de janeiro é insuficiente para alterar o ICPFrango neste ano.
"A baixa tem que ser violenta para provocar uma alteração no custo de produção do frango de corte. Creio que esse índice não vai se recuperar", estima. Ele não vê influência imediata da alta do dólar nessa variação. "O impacto do dólar não tem efeito imediato, leva em torno de três meses para começar a mostrar impacto. Influencia nas commodities, principalmente as reguladas em bolsas de valores. Como no Brasil a taxa do câmbio é flutuante, pode ser que surta efeito nas principais commodities, como milho e frango e alterar o preço final do frango vivo", esclarece.