Os custos industriais caíram 1,1% no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses deste ano. O resultado foi a primeira queda no Indicador de Custos Industriais, desde o terceiro trimestre de 2014, informou nesta quarta-feira (14) a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A redução foi puxada pela queda dos custos com capital de giro e com bens intermediários importados. No segundo trimestre, o custo com capital de giro caiu 7,7% e o de custos com bens intermediários recuou 11,2% na comparação com o período imediatamente anterior, especialmente por causa da recente valorização do real diante do dólar.
Segundo a CNI, embora tenha impacto positivo sobre os custos, a mudança no câmbio prejudicou a competitividade da indústria brasileira nos mercados interno e externo. "A redução de 12,1% no preço dos manufaturados importados, em reais, foi maior que a queda de 1,1% nos custos industriais", observa a CNI. Com isso, os produtos estrangeiros têm mais chances de competir com os brasileiros no mercado interno.
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Além disso, os preços em reais dos produtos industrializados nos Estados Unidos, um dos principais destinos das exportações do Brasil, tiveram uma queda de 8,9%, muito superior à redução de 1,1% registrada nos custos industriais brasileiros. Na avaliação da CNI, isso indica a perda de competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.
No entanto, a queda dos custos industriais associada ao aumento de 1,1% os preços dos produtos industrializados no mercado brasileiro permitiram a recomposição dos lucros das empresas. "É o terceiro trimestre consecutivo em que o aumento dos preços supera o aumento dos custos industriais, o que indica um período de descompressão das margens de lucro", acrescentou a CNI.
O Indicador de Custos Industriais é formado pelos Índices de Custos de Produção, de Capital de Giro e de Custo Tributário. O Índice de Custos de Produção, que teve uma queda de 0,8% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre, é composto pelos indicadores de custos com pessoal, com bens intermediários nacionais e importados e com o custo de energia.