A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou em R$ 300 mil a ex-presidente da Brasil Telecom, Carla Cico, em inquérito que apurou a contratação pela companhia de serviços publicitários prestados por duas agências envolvidas no escândalo do mensalão. Além da executiva italiana, a autarquia também multou em R$ 100 mil o diretor financeiro da BrT, Paulo Pedrão Rio Branco. Para a CVM, os executivos faltaram com dever de diligência e cuidado ao ignorar as regras de controle interno na hora de contratar e autorizar o pagamento às agências SMP&B e DNA, do publicitário Marcos Valério, acusado pelo Ministério Público de ser operador de um esquema de repasse de dinheiro para políticos entre 2003 e 2004.
Carla Cico ocupou a presidência da BrT entre 2001 e 2005, quando o comando da operadora deixou as mãos do grupo Opportunity, após uma longa disputa com fundos de pensão liderados pela Previ. Naquela época, representantes das fundações assumiram o controle e indicaram Ricardo Knoepfelmacher para a vaga da executiva.
Nome ligado ao banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, Cico chegou a ser indiciada pela Polícia Federal em inquérito originado da Operação Satiagraha, que apura crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e crime de formação de quadrilha e organização criminosa.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
No inquérito, a PF acusa Carla de gestão fraudulenta ao permitir o uso da empresa no repasse de recursos às empresas de publicidade de Marcos Valério e também por manter funcionários do Opportunity na folha de pagamento da BrT e utilizar dinheiro da empresa na compra de aviões usados pelo grupo de Dantas por meio de consórcio.