Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Negociações

De vendedor a fretista, veja histórias de quem lucra pela internet

Auber Silva - Redação Bonde
10 abr 2014 às 16:02

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Boa parte das ofertas do UEL Mercado Livre é de pessoas interessadas em fazer algum dinheiro com objetos que não são mais utilizados. No entanto, há um grande grupo formado por quem usa a plataforma profissionalmente, como é o caso do vendedor Fábio Luiz Garcia, de 43 anos. Durante 13 anos, ele anunciou mercadorias e bens em classificados de jornais. Há aproximadamente um ano, migrou completamente para a internet, onde compra e vende. "O trabalho é o mesmo, mas a concorrência é maior e chega a ser desleal. É importante se dedicar, ter persistência e ficar sempre atento a perfis falsos e pessoas mal-intencionadas", afirma.

Para ele, o trabalho on-line demanda mais cuidados com a segurança e uma dedicação maior de tempo. "No domingo eu dou uma parada, mas eu trabalho de segunda a segunda, mais ou menos 12 horas por dia. Eu gasto boa tarde do tempo para escapar de eventuais criminosos, analisar o perfil da pessoa, ver se tem fotos, se tem um histórico de atividades, se tem amigos que também existem, enfim, preciso levantar a vida da pessoa. Amigos meus já perderam produtos porque marcaram com uma pessoa que não existia fora da rede, chegaram ao local marcado e foram roubados", detalha. Garcia sempre opera em locais públicos. Só os clientes mais antigos, que já fizeram pelo menos de duas a quatro compras, têm acesso ao endereço de sua casa.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


No meio virtual, segundo ele, o bom vendedor é aquele que está sempre precavido e transmite confiança aos clientes. "Eu trabalho, basicamente, com eletrônicos e produtos de informática. Então se a pessoa compra e depois aparece algum defeito, como eu conheço os meus produtos, eu sei se a reclamação é verdadeira ou não, se é golpe ou não. Aí, caso o defeito exista mesmo, eu faço a troca ou o conserto. Com o passar do tempo, você ganha credibilidade. Na internet, se você pisar na bola uma ou duas vezes já fica queimado e não trabalha mais."

Leia mais:

Imagem de destaque
Crise

Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV

Imagem de destaque
97,5 milhões de ocupados

Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE

Imagem de destaque
Atenção à data

Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda

Imagem de destaque
Resultado animador

Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC


Sem citar valores, Garcia afirma que consegue viver apenas do comércio na internet. "Tem que levar a sério, trabalhar com dedicação, ter persistência e ficar ligado. Não adianta deixar um anúncio lá e depois sumir. Tem que cuidar do anúncio, tem que responder os interessados e ter honestidade. Sem honestidade você não fica no mercado."

Publicidade


De universitário para universitário


Cansado do translado diário entre Arapongas e Londrina para trabalhar e cursar direito na UEL, o bombeiro militar Leandro Rodrigues, de 28, começou a procurar móveis usados para mobiliar seu apartamento. Na busca, ele se incomodou com a ação de intermediários e quis encontrar uma forma de negociar diretamente com pessoas interessadas em vender. Surgiu assim o grupo Universitários UEL, aberto há pouco mais de um ano e atualmente com quase 13 mil membros. O seu funcionamento é semelhante ao do UEL Mercado Livre, mas o foco é outro.

Publicidade


"A proposta é mesmo aproximar universitários, porque muita gente vem para Londrina sem ter móveis, enquanto tem gente que está saindo de república, se formando, e precisa dar fim nas coisas", diz. Outros tipos de produtos são comercializados, como eletrônicos, bebidas e até carros. O cerne, no entanto, é mesmo as mobílias. "Eu tento controlar um pouco, para não deixar perder a essência, tem gente oferecendo celulares, serviços. Eu até deixo, mas não quero que a ideia original se perca", afirma.


Uma ameaça constante aos princípios do espaço são os perfis fakes criados por chineses que querem exportar eletrônicos, sobretudo smartphones. "Chega a ser engraçado. Eles colocam o nome em português e uma ou outra foto, mas quando eu olho o perfil tem um monte de informações desencontradas, coisas em chinês e tudo. Aí eu recuso o pedido de ingresso no grupo", explica Rodrigues.

Publicidade


Outra proposta é incentivar doações entre os membros. "Isso é o que me dá mais satisfação. Às vezes a pessoa tem uma cama ou um armário e não quer vender, não quer ganhar dinheiro. Aí ela pode doar para alguém que queira ou então para uma das instituições que nós ajudamos, que são o Lar das Vovozinhas Gilda Marconi e o Lar Anália Franco", informa. Rodrigues, inclusive, coloca sua caminhonete à disposição de quem precisar de ajuda para transportar móveis e objetos até as entidades.


Os usuários também costumam utilizar o grupo para encontrar um lar para animais abandonados. "Geralmente a pessoa encontra um gato ou um cachorro na rua, leva para casa, dá os primeiros cuidados e depois publica uma foto para tentar achar alguém que possa cuidar do animal", afirma. "Essa é a melhor parte do grupo", admite Rodrigues, que mesmo assim pensa em passar a gerência da página para outra pessoa por falta de tempo.

Publicidade


Fretes on-line


No final de 2012, o vigilante Paulo Sérgio dos Santos, de 42, comprou um caminhão-furgão e passou a oferecer seus serviços na internet. Há mais de um ano como membro de diversos grupos de venda do Facebook, incluindo o UEL Mercado Livre e o Universitários UEL, largou o trabalho de vigilante e hoje vive dos fretes. Segundo ele, a divulgação é 100% pela rede. "Tem grupo que é mais movimentado e outros que são mais parados. Tem ligação sempre, mas às vezes não compensa, é para pegar uma máquina de lavar ou um objeto menor. O que eu pego mais são móveis, aí eu vou, monto e desmonto, faço tudo que precisa", diz. Em média, o serviço fica na casa dos R$ 130,00, dependendo da natureza e do destino da mudança.

Publicidade


Um frete entre regiões diferentes da cidade pode durar nada mais que uma hora ou tomar uma tarde inteira. Para evitar surpresas, Santos sempre se cerca com o maior número possível de informações. "Pergunto tudo, se o cara vai me ajudar, se tem que desmontar, qual é o andar, quantos metros da porta do bloco [no caso dos apartamentos] até a rua, enfim, tudo que pode atrasar ou complicar", explica.


Quando percebe que não conseguirá dar conta do serviço sozinho, ele não titubeia em chamar um ou dois ajudantes. Neste caso, o valor do carreto sobe: geralmente em torno de R$ 70,00 por par adicional de mãos.

Boa parte dos clientes de Santos é formada por universitários que vêm a Londrina ou se mudam dentro da cidade. Às vezes também aparecem fretes para municípios de outras regiões do Paraná e para o interior de São Paulo. Nestes casos, não raro Santos dedica um dia inteiro para o trabalho, entre deslocamento e montagem dos móveis. "Quando chove não aparece muita coisa, mas tem dia que fico até as 23h trabalhando, varia muito. O lado bom é que eu faço meu horário, trabalho quando quero. Tenho essa autonomia, mas é um mercado muito concorrido, tem gente que não vive exclusivamente disso como eu, então não posso abrir mão de nenhuma proposta, mas está compensando", garante.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo