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Indústria

Demanda de fim de ano não reduziu volume de estoque

Agência Estado
05 dez 2011 às 17:19

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A demanda do varejo do final do ano foi insuficiente para reduzir os estoques da indústria, segundo o gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca. "Os estoques estão acima do desejado desde o início do ano", avaliou. Segundo ele, mesmo com as vendas de fim de ano e a queda da utilização da capacidade instalada, as prateleiras do setor continuam cheias. "Os estoques ainda estão subindo", avaliou.

De acordo com o gerente-executivo, há competição direta com os produtos importados, o que mostraria a diferença do desempenho do comércio e da indústria. Ele ressaltou, porém, que o setor também ampliou o volume de itens importados em seus produtos manufaturados. Por conta disso, o segmento de eletroeletrônicos é o que possui maior descolamento na comparação do faturamento com as vendas comércio.

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Fonseca explicou que é o crescimento dos estoques que está por traz da redução da produção industrial, demonstrada pelo Nuci. O que os empresários desejam, conforme o executivo, é que os estoques sejam reduzidos. Segundo ele, ainda não é possível verificar o impacto das medidas anticrise anunciadas na semana passada pelo governo. "Estamos analisando política de combate à crise. Temos que ver quão eficazes as medidas serão".

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Outra incógnita do setor, conforme Fonseca, é a forma como a crise internacional chegará ao Brasil. "Na crise passada (2008), chegou por meio dos produtos manufaturados e do menor crédito para as empresas", pontuou. Por isso, segundo ele, o comércio pode se recuperar mais facilmente dos reflexos da turbulência internacional. "Agora não temos um cenário de manufaturados muito bom para exportação. A crise deve entrar por meio da competição com importados, já que estamos em um cenário de menor demanda mundial", analisou.


O gerente da CNI ressaltou também que a queda da utilização da capacidade instalada é fruto dos investimentos feitos no passado e que contavam com a aceleração da atividade, o que não ocorreu. "O ideal era ter um Nuci constante e não esta queda que estamos vendo. A queda é provocada por um descasamento de demanda mais fraca do que as decisões de investimentos e estoques".

Fonseca disse ainda que a redução do Nuci deve afetar o planejamento dos investimentos no País, ainda que isso não ocorra de forma automática. "Quando o Nuci está maior é um estímulo a mais para investir. Não faz sentido investir quando está em baixa, pois o custo para produzir é maior", disse.


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