David Barioni Neto deixou ontem a presidência da TAM, depois de 1 ano e 10 meses no comando da maior companhia aérea do País. Descontente com o desempenho do executivo, há mais de seis meses a família Amaro, controladora da companhia, avaliava o melhor momento de afastá-lo. Segundo fontes próximas à companhia, Barioni foi informado da decisão pela manhã, pela presidente do conselho de administração, Maria Cláudia Amaro.
No lugar de Barioni, assume interinamente a companhia o vice-presidente de Finanças da companhia, Líbano Miranda Barroso, que está na diretoria do grupo desde 2004. A expectativa é que um substituto seja anunciado em dois meses.
Em um comunicado divulgado ao mercado no final do dia, a TAM informou que Barioni "deixou a presidência da empresa por decisão própria". Antes de assumir a TAM, Barioni era vice-presidente de Operações da Gol, cargo que ocupava desde a fundação da empresa.
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A família Amaro estava decepcionada com o desempenho do executivo, que entregou no ano passado um prejuízo de R$ 1,3 bilhão. O resultado foi fortemente afetado pela desvalorização do câmbio no último trimestre, mas também por operações de hedge de combustível que se mostraram desastrosas. Barioni, não sem a anuência do conselho de administração, contratou operações de hedge de combustível quando o petróleo estava cotado acima de US$ 100 o barril, pouco antes de os preços começarem despencar, caindo para a casa dos US$ 50.
Mas não foram apenas os problemas financeiros que azedaram a relação. Declarações públicas de Barioni em meados de 2008 - antes do balanço sair do lucro para o prejuízo -, com críticas à gestão de seus antecessores Marco Antonio Bologna e Daniel Mandelli, foram muito mal vistas pelos controladores. Piloto de Boeing, Barioni gostava de frequentar o "chão de fábrica", conversando com passageiros no aeroporto ou assumindo o manche em voos internacionais. Com esse estilo, que lhe rendia comparações com o fundador da TAM, Rolim Amaro, ele se posicionava como o oposto de Bologna, seu antecessor.