O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta quarta-feira (23) que o volume de desembolsos do banco no período de 12 meses até agosto atingiu R$ 123,6 bilhões, montante que representa um crescimento em relação ao registrado em julho, de R$ 122 bilhões. Segundo Coutinho, esse crescimento é um dos indicativos de que o "pior da crise ficou para trás" e que os projetos de investimento estão sendo retomados.
A expectativa de Coutinho é de que o avanço das decisões de investimento coloquem a taxa de Formação Bruta de Capital Fixo, um indicador de investimentos das empresas, em um patamar entre 18,5% e 19% este ano. E que, em 2010, seja de, pelo menos, 20%, o que representaria um nível recorde desde a década de 70. "Estávamos em um processo de aceleração dos investimentos, que foi afetado pela crise. Mas, graças ao esforço do governo, conseguimos retomar esse processo", afirmou.
Ele citou que os projetos de investimento monitorados pelo BNDES para o período de 2009 a 2011 - o que representa uma estimativa do banco para o volume de investimentos que estão em curso no País para esse período -, atingiram o volume de R$ 731 bilhões em agosto, o que significa que os investimentos já se aproximam do período pré-crise. Para se ter uma ideia, em agosto de 2008 esse volume era de R$ 781 bilhões e, em dezembro do ano passado, caiu para R$ 688 bilhões. Esse cenário de avanço dos investimentos confirma, segundo ele, que o Brasil "ultrapassou o teste da crise". Coutinho prevê que a economia brasileira registre taxa média de crescimento de 5% no período de 2010 a 2014, "muito acima da média mundial".
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Segundo Coutinho, há também sinais de que o programa de sustentação do crescimento (linha de financiamento com taxas de juros mais baixas para o setor de máquinas e equipamentos), lançado em julho, está sendo eficaz em estimular os investimentos.