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Alta de 9,2%

Desemprego sobe nos EUA; recuperação econômica é incerta

BBC Brasil
08 jul 2011 às 15:18

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O mercado de trabalho dos Estados Unidos voltou a registrar dados negativos nesta sexta-feira (8), com nova alta da taxa de desemprego, de 9,1% em maio para 9,2% em junho, aumentando as incertezas sobre a recuperação da economia do país.

Segundo o Departamento do Trabalho americano, foram geradas apenas 18 mil novas vagas em junho, o menor número em nove meses.

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O resultado fica muito abaixo da expectativa do mercado, que era de pelo menos 90 mil postos, e também é inferior aos números de maio - já considerados preocupantes - de 25 mil novos empregos.

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As empresas privadas, que costumam puxar as contratações, geraram apenas 57 mil novas vagas em junho, o mês mais fraco para o setor desde maio de 2010.

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Logo após a divulgação dos dados, o presidente Barack Obama fez um breve pronunciamento na Casa Branca, no qual voltou a dizer que os Estados Unidos ainda têm um longo caminho até a recuperação econômica.


"O relatório de emprego de hoje confirma o que a maioria dos americanos já sabe: nós ainda temos um longo caminho a trilhar e muito trabalho a fazer para dar às pessoas a segurança e as oportunidades que elas merecem", disse o presidente.

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"Nós já criamos mais de 2 milhões de novos empregos privados nos últimos 16 meses, mas a recessão nos custou mais de 8 milhões (de empregos)", afirmou, referindo-se às vagas que foram fechadas durante os 18 meses em que o país esteve oficialmente em recessão, até junho de 2009.


"Nossa economia, como um todo, simplesmente não está gerando empregos suficientes para todos os que estão procurando (por trabalho)", disse Obama.

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Dívida


Apesar de citar diversos fatores com impacto recente na economia, como desastres naturais (em especial o terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão em março), a crise de dívida na Grécia e o aumento dos preços dos combustíveis, Obama mencionou o impasse nas negociações para elevar o teto da dívida pública do país.

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"A incerteza sobre se o limite da dívida aqui nos Estados Unidos será elevado também deixou os empresários hesitantes em investir de maneira mais agressiva", afirmou o presidente.


A queda-de-braço entre democratas e republicanos sobre quanto e onde cortar gastos para reduzir o déficit no orçamento, calculado em US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 2,1 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro, vem dificultando a obtenção de um acordo para elevar o teto da dívida, que já chegou ao limite de US$ 14,3 trilhões (cerca de 22,3 trilhões) em maio.

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O governo afirma que, caso o Congresso não autorize o aumento do teto até 2 de agosto, os Estados Unidos serão obrigados a deixar de cumprir suas obrigações financeiras, o que poderia provocar uma nova crise com impactos globais.


Reações

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Em meio a tantos problemas na economia, os números do mercado de trabalho divulgados nesta sexta-feira aumentaram a preocupação junto a especialistas sobre o ritmo da recuperação americana.


"(O relatório de junho) foi muito pior do que o esperado", disse o economista-chefe da consultoria IHS Global Insight, Nigel Gault.


O analista observa que, enquanto a economia americana gerou uma média de 215 mil novos empregos por mês no trimestre encerrado em abril, a média para maio e junho caiu para 22 mil novas vagas.


"Esse relatório acabou com a esperança de que a economia estava prestes a se acelerar novamente", afirmou.


"Nós devemos agora esperar que (o relatório) esteja exagerando na extensão da desaceleração da economia", disse o economista, ao lembrar que os dados do mercado de trabalho são mais sombrios que outros indicadores.


De acordo com o Departamento de Trabalho, mais de 14 milhões de pessoas estão desempregadas nos Estados Unidos, um aumento de quase meio milhão desde março. Nesse período, a taxa de desemprego cresceu 0,4 ponto percentual.

Apesar de o próprio governo americano ter alertado repetidas vezes que a taxa de desemprego deve permanecer alta por um longo período - e que pode levar "vários anos" até que volte a um patamar considerado "normal", em torno de 5% -, os dados de junho representam um desafio para Obama, no momento em que o presidente começa a intensificar sua campanha à reeleição.


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