Em entrevista coletiva após o encerramento da reunião de cúpula do G20, em Cannes, nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff negou que país esteja vivendo uma virada protecionista, em referência às críticas a medidas como o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis importados anunciada pelo governo em setembro.
Dilma afirmou que o Brasil defende o livre comércio internacional, mas precisa adotar medidas para se proteger dos desequilíbrios provocados pela chamada "guerra cambial".
"A questão do livre comércio tem que passar também pela questão cambial. Obviamente nós temos que nos proteger também. Não é protecionismo", afirmou.
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Segundo ela, o Brasil defende a retomada das negociações para a Rodada Doha de liberalização do comércio global, mas disse que elas enfrentam "uma série de contradições que impedem que ela ande".
Ela citou "políticas que manipulam as taxas de câmbio" e disse que os líderes do G20 reconheceram que "é preciso criar um ambiente de estabilidade cambial para discutir a Rodada Doha de maneira efetiva".
Segundo ela, a crise econômica intensificou o problema, com medidas de expansão monetárias como os programas americanos de "flexibilização quantitativa", e com os juros baixos praticados nos países desenvolvidos, que provocam fluxos de capitais para os países em desenvolvimento e o fortalecimento de suas moedas.