Mesmo sem ter anunciado o novo ministro da Fazenda, o governo de Dilma Rousseff fará corte de gastos e a tesoura deverá atingir despesas que não geram benefício na demanda ou que são consideradas excessivas. "Nós vamos fazer ajustes, mas nem todos os ajustes são pelo lado de cortar a demanda", disse após participar da reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo, o G-20. Dilma negou que estuda a volta da cobrança da Cide, a contribuição sobre os combustíveis.
Durante entrevista antes de deixar o centro de convenções que abrigou a reunião de cúpula do G-20, Dilma confirmou que haverá cortes de gastos públicos. Mas explicou que a medida não vai afetar investimentos ou o consumo. "Você tem de selecionar aquilo que é capaz de te dar maior nível de investimento e, portanto, maior capacidade de recuperação", disse. "Você tem no Brasil um conjunto de gastos e de despesas que não levam necessariamente à ampliação do investimento nem a ampliação do consumo. Essas despesas são aquelas que nós consideramos que podem ser cortadas", disse. Outro foco são os gastos que são considerados "excessivos". Nos dois casos, porém, Dilma não deu exemplos de áreas que podem ter corte.
Dilma repetiu o discurso da equipe econômica de que ajustes macroeconômicos não devem restringir a demanda. Mesmo estando em meio a um novo ciclo de aumento do juro, Dilma disse que "vamos fazer um ajuste, mas nós não defendemos que a melhor política para sair da crise seja aquela da restrição da demanda". "Não é e isso está provado na própria União Europeia", disse.
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Questionada sobre o rumo de volta da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para melhorar a arrecadação, Dilma rechaçou a hipótese. "Não conheço essa possibilidade. Eu não discuti a criação da Cide com ninguém. Pode ter alguém interessado na criação da Cide e deve ter muita gente interessada. Eu não estou dizendo que nunca vai se retomar a Cide, mas isso não está na nossa pauta".