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Insatisfeita

Dilma quer explicações sobre alta do álcool

Redação Bonde
04 jan 2011 às 08:13

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- Reprodução
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Apesar de exaltar e defender o etanol em seu discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff inicia o mandato insatisfeita com a disparada dos preços do hidratado nos postos e deve cobrar os usineiros sobre o desequilíbrio no mercado do combustível.

Antes mesmo de assumir o cargo, Dilma pediu ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, uma postura firme na discussão com os empresários do setor, atitude que ela teve à época em que foi ministra das Minas e Energia e da Casa Civil.

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Rossi disse à Agência Estado que, assim que possível, o governo chamará os usineiros para avaliar os motivos da alta dos preços do etanol hidratado, utilizado nos veículos flex fuel. ''Vou conversar com o setor e quero expressar que o governo não está satisfeito'', disse o ministro. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o preço médio do litro hidratado em dezembro ficou em R$ 1,0751 nas usinas de São Paulo, alta de 7,4% sobre o R$ 1,0010 de novembro. Com o reajuste chegando aos consumidores, a gasolina ganhou competitividade sobre o etanol nos postos da maioria do País.

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Entre as medidas para pressionar a queda nos preços do hidratado, o governo cobrará a oferta de estoques que foram financiados com os mais de R$ 2 bilhões liberados pelo setor público no ano passado. O governo financiou a estocagem justamente para enxugar a oferta durante a safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul, quando o produto é abundante, e os preços ficassem estáveis. A ideia é que o volume seja colocado no mercado durante a entressafra, que começou em dezembro.

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Ainda de acordo com Rossi, ''o governo tem uma preocupação com a incapacidade do setor produtivo de manter preços estáveis'', e com o fato de, nas entressafras, os consumidores de etanol com veículos flex fuel migrarem para a gasolina. Isso ocorre quando os preços do hidratado superam os 70% do valor do combustível de petróleo e tornam o álcool menos competitivo, como agora. ''Sei que há uma variação normal no mercado, mas no caso específico do etanol de cana-de-açúcar isso é levado ao extremo'', disse o ministro.


Na avaliação do governo, a migração para a gasolina impede uma fidelização da clientela para o etanol, pelo lado do consumidor. Do lado da produção, existe uma ''incapacidade de planejar os suprimentos de longo prazo'', nas palavras de Rossi. A migração também faz com que o preço da gasolina suba, já que o combustível de petróleo vendido nos postos tem 25% de etanol anidro misturado.


''Isso não está correto, há alguma imperfeição mercadológica que precisamos estudar e teremos uma conversa mais firme para buscar um equilíbrio no mercado'', afirmou. ''Não adianta o setor pensar que vai se beneficiar desses picos de preço na entressafra. O governo avalia que essa ação do ponto de vista do mercado é perversa'', concluiu o ministro.

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) informou que existe um contato periódico entre técnicos da entidade e do Ministério da Agricultura e que eles serão mantidos em 2011, no governo Dilma. Sobre a possível reunião com o governo em relação ao preço do etanol, a Unica informou que não comentaria sobre o assunto.


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