O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou ontem que o governo deve retomar a discussão de novas medidas macroprudenciais já que a presidente Dilma Rousseff disse que não vai tolerar a inflação.
"A presidente Dilma já disse que não vai tolerar a inflação e isso significa tomar medidas condizentes a essa colocação. Muito brevemente essas medidas serão tomadas", disse Temer, após reunião com a coordenação estadual do PMDB em São Paulo.
Segundo Temer, possivelmente na semana que vem o governo deve aprofundar a discussão sobre as medidas macroprudenciais que devem ser anunciadas em breve. A expectativa, segundo ele, é que o tema entre em pauta na reunião de coordenação política do governo.
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Em dezembro do ano passado, ainda na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo anunciou um conjunto de medidas macroprudenciais, como o aumento do compulsório e a redução do prazo de financiamento de bens de consumo.
Anteontem em entrevista publicadas no jornal Valor Econômico e depois em evento em Uberaba, a presidente Dilma disse que não "permitirá a volta da inflação: "Eu não vou permitir que a inflação volte no Brasil. Não permitirei que a inflação, sob qualquer circunstância, volte. Também não acredito nas regras que falam, em março, que o Brasil não crescerá este ano".
A presidente disse que a receita para combater a inflação passa necessariamente pelo crescimento econômico. "Tem muita gente que acha que você só controla a inflação derrubando o crescimento econômico. Mas se controla a inflação não negociando com ela. Se controla a inflação também fazendo o País crescer, aumentando a oferta de bens e serviços", disse a presidente na quinta-feira em uma cerimônia de assinatura de um protocolo para a implantação de uma fábrica de fertilizantes em Uberaba (MG).
Na entrevista ao 'Valor', Dilma também disse que está preparando uma forte intervenção nos aeroportos: "Vamos fazer concessões, aceitar investimentos da iniciativa privada que sejam adequados aos planos de expansão necessários. Vamos articular a expansão de aeroportos com recursos públicos e fazer concessões ao setor privado. Não temos preconceito contra nenhuma forma de expansão do investimento nessa área, como não tivemos nas rodovias."
Mantega. Ainda na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a economia não está sobreaquecida. Ou seja, para o ministro, o País, não cresce em um ritmo que provoque inflação.
Segundo o ministro, vários setores já estão desacelerando, embora o segmento de serviços continue "mais forte".