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Ficou pra trás

Diminui o uso dos orelhões da cidade

Mariana Polli - Bonde Repórter Universitário
28 set 2012 às 11:30

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- Mariana Polli
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"Ei moço! Me vê duas fichas, por favor". Há alguns anos atrás, essa frase era comum nas mercearias, farmácias e diversos outros estabelecimentos comerciais, onde eram vendidas as fichas telefônicas. Segundo informações da Sercomtel, empresa responsável pelo serviço de telefonia pública no município, são quase quarenta anos de história dos orelhões em Londrina. Em 1973, a cidade foi a primeira do interior do Brasil a instalar o telefone público do tipo orelhão. Em 1992, houve a implantação do cartão telefônico e, hoje, são 3.897 telefones públicos em operação.


Segundo o coordenador do setor de telefonia pública e controle de equipamentos da Sercomtel, Francisco Carlos da Cunha, atualmente, o serviço tem sofrido impactos com a popularização dos celulares. "Na medida em que os aparelhos de telefonia móvel foram ficando mais baratos, a utilização dos telefones públicos caiu", afirma.

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Os dados divulgados pela empresa ilustram essa realidade. Segundo a pesquisa, em 2007, foram arrecadados R$ 6 milhões com a venda de cartões telefônicos. Em 2009, foram R$ 5,3 milhões e, no ano passado, o valor caiu para R$ 2 milhões. Com essa redução nas vendas de cartões, também diminuiu a quantidade de créditos gastos. De 52 milhões em 2007, caiu para 15 milhões em 2011.

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Contudo, ainda existem pessoas que utilizam o serviço. Caminhando pelo calçadão de Londrina, foi possível encontrar algumas que, apesar de possuírem celular, ainda usam o orelhão. "Eu sempre uso o telefone público, porque, dependendo da operadora para a qual eu quero ligar, com o cartão telefônico fica mais barato", declara a empregada doméstica, Maria Aparecida Gonçalves.

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Mariana Polli
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Já a professora Vera Lúcia dos Santos, destaca a importância do orelhão em casos de emergência. "É importante esse serviço estar à disposição, porque a bateria do celular pode acabar e a alternativa mais viável é o orelhão", aponta.


Para a manicure Vanessa Borges da Silva, a praticidade e a localização dos orelhões em diversos pontos da cidade são os principais fatores que viabilizam o uso do serviço. "Quando eu preciso telefonar e estou na rua, muitas vezes, recorro ao telefone público. Além disso, hoje eles têm também uma função de compor a paisagem da cidade, com algumas cabines no estilo londrino", disse.


Mariana Polli
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Para resistir aos impactos que o celular vem trazendo ao setor, novas tecnologias estão sendo estudadas. "Acredito que não há possibilidade do fim dos orelhões. O que provavelmente ocorrerá é o surgimento de novas alternativas, como o telefone público com acesso à internet, como já acontece na Europa, ou a implantação do recurso que possibilita pagar contas pelo orelhão", projetou o coordenador do setor de telefonia pública da Sercomtel.


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