O estoque da Dívida Pública Federal total (interna e externa) somou R$ 1,472 trilhão em outubro, o que representa uma diminuição de 1,11% em relação a setembro, quando foi de R$ 1,488 trilhão. Trata-se da segunda queda consecutiva na comparação com o mês anterior. Em setembro, a dívida recuou 1,39% ante agosto, para R$ 1,48 trilhão. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 23, pelo Tesouro Nacional.
A Dívida Pública Federal externa (DPFe) somou R$ 101,62 bilhões em outubro, com uma queda de 1,38% em relação a setembro (R$ 103,04 bilhões). Segundo o Tesouro, a retração foi consequência da valorização do real frente às demais moedas que compõem a DPFe e do vencimento do bônus Global 2009. De janeiro a outubro de 2009, o real valorizou-se 35% ante o dólar.
Já a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) totalizou R$ 1,370 trilhão em outubro, o que representa uma queda de 1,09% em relação a setembro (R$ 1,385 trilhão). A redução, segundo o Tesouro Nacional, se deveu a um resgate líquido no valor de R$ 26,01 bilhões em outubro, o que compensou a apropriação do juros da dívida, que foi de R$ 10,935 bilhões.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Segundo o coordenador geral de operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, a participação de estrangeiros na Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu em outubro para 7,68%, de 7,16% em setembro. O valor representa um novo recorde de participação de estrangeiros e coincide com o mês em que o governo institui a cobrança de 2% de IOF na capital estrangeiro para rendas fixa e variável.
Garrido lembrou que o IOF foi instituído em 19 de outubro passado e, por isso, ele considera cedo para dizer qual o impacto da taxação sobre esse indicador. Mas ele afirmou acreditar que o tributo não terá impacto significativo sobre o investidor estrangeiro de longo prazo. Em valores nominais, a participação dos estrangeiros na DPMFi passou de R$ 95,9 bilhões em setembro para R$ 101,68 bilhões em outubro.
Segundo o Tesouro, durante os meses de setembro e outubro, foram recomprados, em valor de face, cerca de R$ 356,64 milhões (US$ 202,17 milhões) em títulos da dívida pública federal externa. O volume recomprado do Global 2040 foi de R$ 102,43 milhões (US$ 57 milhões). O total financeiro desembolsado nesses dois meses foi de aproximadamente R$ 457,47 milhões (US$ 259,22 milhões).
Os títulos recomprados, contudo, ainda não impactaram o estoque da dívida externa em outubro, uma vez que o processo de cancelamento desses papéis ainda não foi concluído. Considerando as recompras efetuadas desde janeiro de 2007, informa a nota, a redução total no fluxo de pagamento de juros da dívida, em valores correntes, é de R$ 30,33 bilhões (US$ 13,10 bilhões).
Considerando apenas os 10 primeiros meses de 2009, o Tesouro informa que a redução total de juros em função do programa de recompras é de R$ 2,33 bilhões (US$ 1,33 bilhão).