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Inadimplência

Dois em cada cinco desconhecem número de parcelas de dívidas

Fábio Galiotto - Grupo Folha
15 set 2016 às 13:17

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Dois em cada cinco inadimplentes não sabem o tamanho da própria renda, o número de parcelas em pagamentos no próximo mês, por quais produtos ou serviços consumidos são as dívidas ou os valores de cada item. A falta de conhecimento sobre o orçamento pessoal é o principal motivo para a pessoa se tornar devedora, conforme a pesquisa "Habilidades financeiras e restrições ao consumo dos inadimplentes no Brasil", divulgada nesta quarta-feira (14) pelo SPC Brasil.

O levantamento foi feito em todas as capitais e busca mostrar como a falta de controle leva à inadimplência das famílias, que acaba ampliada em momentos de crise econômica como ocorre hoje no País. Isso porque somente 3,7% tem como prioridade guardar dinheiro para algum imprevisto.

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Não há certeza sobre o número de parcelas que serão pagas no mês seguinte para 42,2% dos devedores. Os que não lembram ao certo sobre quais produtos ou serviços ainda terão de pagar são 43,5%, mesmo índice dos que não sabem os valores de cada um dos débitos.

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Coordenador do projeto de extensão Finanças Domésticas Sustentáveis da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Antônio Zotarelli afirma que o brasileiro não aprendeu a conviver com o crédito facilitado. "Até 2004 as famílias viviam mais apertadas e, após essa data, o governo promoveu o consumo, aumentou a oferta de crédito e tivemos reajustes de salário mínimo acima da inflação, o que levou a ascensão de classes que estavam com necessidades represadas", diz. "De repente, essas pessoas tiveram acesso a tudo isso, mas há consequências", completa.

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A falta de análise sobre custos e a possibilidade de dividir compras no cartão de crédito, o que joga a dívida para outros meses, contribui para o problema. "Na nossa sociedade se faz parcelamentos sem saber o tamanho do juro que se está pagando", cita Zotarelli.


Facilidades

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O delegado em Londrina do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon), Laércio Rodrigues de Oliveira, lembra ainda que a promoção do consumo trouxe também facilidades para compras de bens duráveis, pagos ao longo de décadas. "A pessoa compra carro e casa própria, aparece a retração econômica, a renda diminui e a família se endivida."


Outra questão é o alto número de pessoas sem renda fixa. "Muitos trabalham por conta própria, ou são microempreendedores e não sabem quanto receberão. Um cabeleireiro, por exemplo, pode ter uma média, mas não sabe se terá todos os clientes no próximo mês", afirma Oliveira.

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Após a inadimplência, a pesquisa aponta que 80% das pessoas cortam o orçamento e 76% abandonam as compras parceladas. No entanto, o professor da UEM cita outro estudo que mostra que o aprendizado nem sempre se dá na primeira vez. "Fizeram um levantamento que mostrava que, dos que estavam inadimplentes, negociaram e quitaram a dívida, um terço voltou a ficar com contas em atraso após um ano."


Zotarelli orienta que todos devem buscar conhecimentos sobre finanças pessoais, hoje facilmente encontrados em livros baratos ou mesmo gratuitamente, na internet. "A situação é preocupante porque os percentuais são muito altos", diz. "O Conselho Federal de Economia também tem sugerido que seja criada uma disciplina de educação financeira nas escolas", completa Oliveira.


Cabe no salário

O segurança Celinho Agapito afirma que, normalmente, tem o orçamento doméstico sob controle, o que não impediu que ficasse inadimplente no passado. "No começo, jogaram a dívida lá em cima e não queriam negociar, então esperei um tempo, negociei e fiz um parcelamento", conta. Ele diz que não costuma observar os juros na hora da compra. "Olho quanto ganho e vejo se consigo pagar."


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