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Menor taxa do ano

Dólar cai 5% em julho e fecha em R$ 1,865

Agência Estado
31 jul 2009 às 17:27

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O dólar encerra o mês julho na cotação mais baixa do ano até agora, de R$ 1,865 no mercado interbancário de câmbio, que também é o menor valor desde o dia 26 de setembro de 2008 (quando estava em R$ 1,853). A queda acumulada em julho foi de 5,04% e no ano atinge 20,13%. A tendência de baixa da moeda norte-americana permeou os negócios do mercado doméstico de câmbio durante todo o mês de julho e acompanhou o aumento das apostas dos investidores estrangeiros no real.

Para se ter uma ideia, no mercado futuro de dólar, esses investidores saíram de uma posição comprada (aposta na alta da taxa) em 8.900 contratos de dólar - US$ 445 milhões - no dia 30 de junho, para posição vendida (aposta na queda da taxa) em 75.800 contratos - US$ 3,79 bilhões - ontem. É o recorde do ano. O fato de os estrangeiros venderem dólares no Brasil, trocando-os por reais nessas operações feitas no mercado futuro de câmbio, mostra a confiança deles na economia nacional.

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A aposta no real acompanha a melhora das perspectivas para a economia global que se sente nos diferentes mercados internacionais. Porém, o Brasil tende a se beneficiar mais intensamente dessa retomada, como já vinham avaliando os especialistas durante todo o processo crítico da economia mundial. "O Brasil é o país emergente mais bem visto do mundo no momento. É o preferido tanto para o investimento direto, quanto para o investimento especulativo", disse o operador do Finabank, Ovídio Pinho Soares.

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Um dos números que comprova isso é a soma das captações feitas por meio de ofertas de ações do ano de 2009. Segundo levantamento da Agência Estado, as empresas Redecard, Hypermarcas, Light, BR Malls, MRV, VisaNet, BRF Brasil Foods (nova denominação de Perdigão) e, agora, Natura, levantaram R$ 20,528 bilhões nas ofertas de ações que fizeram recentemente na Bolsa de Valores. Em todo o ano passado, essas ofertas de ações movimentaram R$ 34,003 bilhões. O mercado calcula que a maior parte desses recursos foi investimento estrangeiro, embora admitam que o porcentual acima de 70%, registrado no ano passado, agora é um pouco menor. Na oferta de ações da VisaNet, por exemplo, a participação estrangeira teria ficado entre 50% e 60%.

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"Houve uma destruição de riqueza no mundo e o crédito tornou-se mais seletivo, com a crise. Os investidores estão mais cautelosos, apesar de ter havido melhora", diz o economista do banco WestLB, Roberto Padovani. Para ele, a melhora que se vê atualmente vai continuar, mas não atingirá tão cedo os níveis registrados no ano passado. Vale lembrar que exatamente no final de julho de 2008 (dias 30 e 31 de julho e dia 1º de agosto de 2008) - no auge da euforia com a economia brasileira, que tinha conquistado a classificação de grau de investimento por agências que avaliam o risco de crédito - o dólar chegou ao seu piso em muitos anos, de R$ 1,562. No fechamento daquele mês - julho de 2008 - os estrangeiros registravam posição vendida de 136 mil contratos futuros - US$ 6,8 bilhões -, no auge das apostas no real.


"Os números atuais refletem melhora, mas esses valores do ano passado não se repetirão porque eram reflexo de uma bolha e não somente dos fundamentos", afirma Padovani. Ainda assim, ele mantém apostas no fortalecimento do real e vê o dólar chegando a um nível entre R$ 1,60 e R$ 1,70 entre os anos de 2010 e 2011. Para 2009, o economista estima cotação média de R$ 1,85 e, para 2010, de R$ 1,75.

Já Pinho Soares acredita que os níveis do ano passado voltarão a se repetir, mas não arrisca estimar quando. "A melhora internacional é pública, notória e consistente e o Brasil é destaque entre os Brics", diz, acrescentando, no entanto, que a volta aos pisos do dólar registrados em 2008 ocorrerá em ritmo mais lento e mais brando do que foi no passado. "Vai haver momentos de alta do dólar, mas a tendência é de queda. O pior da crise passou e o sinal é o fato de vários bancos dos EUA já terem devolvido o dinheiro que tomaram emprestado. Eles estão retomando a credibilidade. E, no Brasil, nunca se perdeu a credibilidade durante a crise", ressaltou.


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