O mercado de câmbio doméstico voltou a apostar forte na valorização do real nesta primeira sessão de abril. Por isso, o dólar à vista escorregou para o menor valor desde 21 de agosto de 2008, quando terminou em R$ 1,610. Hoje, o dólar no balcão comercial encerrou com forte baixa de 1,10%, cotado a R$ 1,612 no mercado interbancário de câmbio, após recuar à tarde até a mínima de R$ 1,61 (-1,23%). Na BM&F, o dólar à vista terminou em baixa de 1,21%, e na mínima do dia, de R$ 1,6112. O euro comercial cedeu 0,95% a R$ 2,293.
egundo operadores de bancos e corretoras de câmbio consultados pela Agência Estado, os investidores estrangeiros, principalmente, reforçaram suas posições vendidas no mercado futuro hoje, diante da expectativa de aumento dos juros no Brasil neste mês, enquanto nos EUA um membro votante do Federal Reserve (Fed, banco central americano) disse que ainda não é o momento de iniciar o processo de aperto monetário. O movimento continua sendo estimulado pelo atraente diferencial de juros interno e externo e os fundamentos sólidos da economia brasileira, corroborados hoje pelo aumento de 1,9% da produção industrial do País em fevereiro ante janeiro, acima do previsto. Na comparação com fevereiro de 2010, a produção subiu 6,9%.
Segundo um operador, houve muita venda de estrangeiro no mercado futuro hoje, o que se confirma pelo forte volume de negócios e o sinal de baixa que predominou o dia todo. Os agentes de câmbio locais, de outro lado, afirmou a mesma fonte, esperavam que o BC fosse entrar com mais agressividade do que veio hoje, o que teria induzido compras na primeira parte dos negócios. Contudo, os três leilões de compra à vista e a oferta de swap reverso realizados pela autoridade monetária na sessão foram insuficientes para brecar a queda do dólar. Assim, os profissionais locais acabaram indo ao mercado à vista vender dólar à tarde, ajudando a ampliar a desvalorização da divisa.
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O recuo do dólar ante o euro no exterior também serviu de estímulo à venda da moeda norte-americana por aqui. Lá fora, o impacto positivo sobre o dólar do bom resultado do relatório oficial do mercado de trabalho (payroll) norte-americano de março acabou sendo anulado pelas declarações do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do banco central dos EUA, de que o Fed está comprometido em manter a política monetária frouxa por um período prolongado.