O dólar comercial fechou acima de R$ 2,00 hoje, subindo pelo terceiro dia seguido. No final das negociações no mercado interbancário de câmbio, a moeda americana foi cotada a R$ 2,01, alta de 0,85% no dia. A valorização acumulada em julho é de 2,34%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar à vista também avançou 0,85% no dia e fechou o pregão a R$ 2,009. Além do fluxo cambial negativo, as cotações foram pressionadas por ajustes de posições compradas no mercado à vista e no mercado futuro, estimulados pelo ambiente de aversão ao risco no exterior.
O movimento de compra de dólar, iniciado na segunda-feira, ampliou-se hoje com saídas de investidores estrangeiros da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e ajustes de posições por parte de tesourarias de bancos e agentes externos. Vale destacar que os bancos terminaram o mês de junho vendidos em dólar à vista em US$ 524,4 milhões, após 22 meses (desde julho de 2007) seguidos mantendo posições compradas em dólar. Contudo, as instituições financeiras já inverteram suas posições para compra esta semana, favorecendo o aumento das cotações, disse o economista de uma corretora de câmbio em São Paulo. O Banco Central também colaborou para a alta do dólar, ao informar ao mercado sua intenção de não oferecer instrumentos de derivativos e continuar fazendo leilões diários de compra mesmo em dia de fluxo negativo, como ontem e hoje, afirmou a fonte.
Em junho, por exemplo, o fluxo cambial do mês foi positivo em US$ 1,076 bilhão, elevando o resultado acumulado no primeiro semestre para US$ 2,666 bilhões. Ao mesmo tempo, no mês passado, as compras de dólar realizadas diariamente pelo Banco Central no mercado à vista aumentaram as reservas internacionais em US$ 3,247 bilhões. A concentração dessas compras ocorreu nos últimos dias do mês passado quando ingressaram os recursos de players estrangeiros que participaram da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da VisaNet, cuja operação foi liquidada em 1º de julho. Segundo os dados do setor externo divulgados hoje pelo BC, a compra de moeda realizada pelo BC em 26 de junho somou US$ 1 bilhão e no dia anterior totalizou US$ 558 milhões. No leilão desta quarta-feira, o Banco Central comprou moeda com taxa de corte de R$ 2,0173.
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No mercado externo, a aversão ao risco persistiu em meio à expectativa de resultados corporativos ruins com o início hoje da safra de balanços corporativos nos EUA relativos ao segundo trimestre e projeções piores do FMI para a economia mundial este ano. Após o fechamento das Bolsas norte-americanas, a gigante do setor de alumínio Alcoa informou um prejuízo líquido de US$ 454 milhões no segundo trimestre.
Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou seu cenário para a economia mundial em 2009 e 2010. Para o próximo ano, as mudanças são positivas, com projeção de que o mundo crescerá 2,5% em 2010, contra previsão anterior (feita em abril) de +1,9%. Já as projeções do fundo para a economia mundial este ano pioraram: agora o fundo espera que o mundo tenha uma contração em 2009 de 1,4% ante estimativa de -1,3% em abril.