O dólar comercial fechou em alta hoje pelo segundo dia seguido, pressionado pelo fluxo cambial negativo. No mercado interbancário de câmbio, o dólar subiu 0,70% para R$ 1,593. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista fechou a R$ 1,5901, alta de 0,54% no dia. O euro comercial subiu 1,05% a R$ 2,306.
Segundo operadores de bancos e corretoras consultados pela Agência Estado, investidores estrangeiros migraram da Bolsa de Valores para o mercado de câmbio, dando sustentação ao dólar, em meio à volta da aversão ao risco nos mercados globais, depois que as autoridades japonesas elevaram a gravidade do acidente nuclear ocorrido após 11 de março no Japão para o grau máximo (7), mesmo nível do desastre de Chernobyl, em 1986. Com a maior volatilidade das cotações, houve oportunidades de arbitragem que favoreceram também um aumento dos negócios.
Além disso, os ingressos de recursos no País estariam menores e poderiam já ser consequência das medidas adotadas pelo governo, principalmente a que estendeu o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% sobre os empréstimos externos de até 720 dias (dois anos). Outra possibilidade é de que as empresas e bancos podem ter antecipado captações e empréstimos no exterior, já na expectativa de que haveria mudança de regras. O fluxo cambial mais fraco poderia justificar ainda a redução do ritmo de atuações diárias do Banco Central. Hoje, o BC voltou a fazer somente dois leilões de compra de moeda à vista, cujas taxas de corte ficaram em R$ 1,5860 e R$ 1,5892.
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No exterior, no entanto, o dólar perdeu força ante seus principais pares e caiu para os níveis mais baixos em um ano diante de uma cesta de moedas, refletindo a insatisfação dos investidores com a prevista continuidade da política monetária frouxa nos EUA e a fragilidade da política fiscal do país. A perspectiva de manutenção dos juros norte-americanos em patamares históricos de baixa (nos Fed Funds, na faixa de zero a 0,25% ao ano), enquanto na Europa o aperto monetário já começou na semana passada, quando a taxa subiu 0,25 ponto porcentual, para 1,25% ao ano, continua amparando a valorização do euro, apesar dos problemas dos países periféricos da região.
Câmbio turismo
Nas operações de câmbio turismo, o dólar teve queda de 1,56% para R$ 1,70 na venda e R$ 1,59 na compra. O euro turismo recuou 0,16% no dia, cotado a R$ 2,423 (venda) e R$ 2,263 (compra).