A oscilação do dólar no mercado interbancário de câmbio diminuiu hoje, mas a moeda americana foi negociada em alta em relação ao real durante todo o dia, sustentada sobretudo pela valorização ante o euro e por ajustes adicionais de posições às novas medidas do governo que focaram os derivativos cambiais e empréstimos externos.
O dólar comercial fechou em alta de 0,64%, cotado a R$ 1,569, após oscilar da mínima de R$ 1,562 (+0,19%) à máxima de R$ 1,57 (+0,71%). No mês, o dólar acumula alta de 0,51% e no ano, queda de 5,71%. Na BM&F, o dólar à vista terminou a sessão com elevação de 0,10% no dia, a R$ 1,565. O euro comercial subiu 0,27% para R$ 2,245.
Apesar da cautela dos investidores antes da votação de um projeto sobre a elevação do limite de endividamento dos EUA hoje no Congresso e do risco potencial de rebaixamento dos ratings do país, as notícias negativas sobre a Europa foram preponderantes e induziram a continuidade da venda de euro. Aqui, a subida da moeda norte-americana ao patamar de R$ 1,57, no começo do dia, atraiu exportadores à venda, garantindo um fluxo cambial favorável que contribuiu para a desaceleração da alta durante a sessão. Além disso, houve fluxo financeiro de instituições que precisam se enquadrar às novas exigências do governo, afirmou o gerente da mesa de derivativos de uma corretora, citando que o cupom cambial de curto prazo ficou mais comportado após o forte vaivém das taxas desses contratos ontem.
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No mercado futuro, ganhou força o movimento de rolagem de contratos de dólar, mas a maior concentração deve ocorrer amanhã, quando será formada a taxa Ptax de fim de mês que servirá na segunda-feira para a liquidação do dólar futuro agosto de 2011 na BM&F. Sendo assim, a liquidez começou a migrar para o vencimento de dólar setembro de 2011.
Pela manhã, um esclarecimento do Ministério da Fazenda sobre a forma de recolhimento de IOF sobre as operações de derivativos atingidas pela nova medida mexeu pontualmente com o preço do dólar, que desceu à mínima no mercado futuro e desacelerou a alta no mercado à vista. Como logo perceberam que o recolhimento diário do IOF nos derivativos deve começar a ser feito a partir de 5 de outubro, mas a apuração deve ser retroativa à data de ontem, os agentes financeiros retomaram compras, dando suporte ao dólar.
Ontem, o governo definiu uma alíquota de 1% de IOF sobre aquisição, venda ou vencimento de derivativos cambiais que resultem no aumento da exposição líquida vendida das instituições financeiras em relação ao dia anterior superior a US$ 10 milhões. O governo também autorizou o Conselho Monetário Nacional (CMN) a definir regras específicas para as negociações no mercado de derivativos e a tributar as operações com IOF de até 25%. A expectativa é de que isso deve diminuir o espaço para especulação.
O Banco Central não entrou hoje com leilão a termo nem com oferta de swap cambial reverso, mas manteve dois leilões de compra de moeda no mercado à vista. As taxas de corte foram de R$ 1,566 na primeira operação e de R$ 1,567 por dólar à tarde.