O dólar comercial subiu 1,17% hoje e fechou as negociações no mercado interbancário de câmbio cotado a R$ 1,904. Nos últimos quatro dias, a taxa havia ficado abaixo do nível de R$ 1,90. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista também fechou o pregão negociado a R$ 1,904, alta de 1,22%. No mês, o dólar comercial acumula queda de 3,05%.
Segundo operadores do mercado de câmbio, os negócios no câmbio doméstico acompanharam hoje o ajuste de alta do dólar no exterior, em meio a saídas consideráveis de recursos do País e a volta da aversão ao risco nos mercados internacionais. Os investidores venderam commodities e ações nas Bolsas de Xangai, na China, nos Estados Unidos e no Brasil e compraram dólar e títulos do Tesouro americano de longo prazo em busca de proteção.
O reposicionamento foi uma reação dos investidores à possibilidade de que o governo da China venha a adotar sistemas de controle de crédito no país e também a um indicador dos EUA e balanços fracos divulgados. O quadro de cautela se sobrepôs à boa notícia de que o Tesouro Nacional captou hoje US$ 500 milhões no mercado internacional com o Global 2037, título da dívida externa denominado em dólares. O papel tem vencimento em 20 de janeiro de 2037 e saiu com taxa de retorno para o investidor (yield) de 6,45% ao ano, custo menor que as outras operações feitas com o mesmo título. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a demanda pelo Global 2037 foi de US$ 7 bilhões.
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Segundo um operador de tesouraria de um banco estrangeiro, a nova emissão brasileira reflete a maior confiança dos investidores externos sobre o País. Contudo, houve na sessão um fluxo de saída de recursos do mercado local considerável por parte de investidores estrangeiros e de empresas, refletindo um ajuste pontual ao quadro externo pior hoje. A forte baixa dos preços do petróleo e de alguns metais também amparou a demanda pela moeda norte-americana, avaliou a fonte.