As liquidações de verão serão uma forma de os lojistas de vestuário e calçados conseguirem recuperar, em parte, o que não conseguiram vender nos meses de dezembro e janeiro quando o clima de verão foi atípico com temperaturas amenas e muita chuva. A expectativa para fevereiro é vender de 5% a 10% mais em relação ao mesmo período do ano passado.
''Tivemos uma distorção no clima de verão com dias frios em dezembro e janeiro'', disse o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Curitiba e Região Leste do Paraná (Sindivest), Ardisson Naim Akel. Segundo ele, com isso, as vendas de dezembro e janeiro ficaram iguais as do mesmo período do ano passado. Agora, em fevereiro, ele acredita que o comércio vai recuperar parte das vendas, já que as margens de lucro são menores devido às liquidações. O carnaval também pode ser um impulsionador de vendas porque as pessoas compram artigos de vestuário com o objetivo de se preparar para viajar.
Em março, as vitrines já começam a estampar roupas de outono e, na segunda quinzena de abril, as peças mais pesadas de inverno, como casacos, blusas de lã e cachecóis.
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O grande problema é que neste período de liquidação o consumidor não encontra mais algumas cores, modelos e numerações de roupas. ''É hora de garimpar'', disse ele. Segundo Akel, os clientes podem fazer bons negócios neste período.
Em Curitiba, vários shoppings iniciaram uma temporada de liquidações nessa semana que encerra, em sua maioria, neste fim de semana, e usam todo o tipo de recursos para atrair o consumidor. No Mueller a liquidação acaba hoje com descontos de até 70%. Neste local há até móbiles com objetos em origami que lembram os produtos em promoção na decoração. Os clientes serão abordados de forma criativa por artistas mímicos para informá-los sobre os destaques das lojas. Caracterizados fazem performances junto às vitrines.
No Shopping Crystal Plaza a liquidação começa amanhã e vai até o final do mês com descontos de até 70%. A gerente de marketing do local, Lylian Vargas, acredita em um aumento de vendas de 9% em relação à última liquidação de verão.
O Shopping Curitiba realiza o tradicional ''5 Dias de Loucura'' até hoje. O empreendimento conta com a apresentação de DJs e um saxofonista. O Palladium também acompanha os outros centros de compra com promoções até hoje. O ParkShopping Barigui apostou no tema ''Liquidação do Lápis Vermelho'' com a edição de um catálogo com dicas de moda e ainda premiação com pares de convites de cinema. Além disso, foram criadas ações na internet envolvendo Orkut, Facebook, Twitter, Boo-box e blogueiros. (Andréa Bertoldi)
Liquidações provocam mudança de comportamento
O otimismo tomou conta dos comerciantes londrinenses, que ofereceram nos últimos três dias mercadorias com descontos vantajosos nas liquidações nas lojas do Centro e dos shoppings. A expectativa na manhã de ontem era de que o resultado seria superior às promoções realizadas no mesmo período do ano passado. A Liquida Londrina já está se tornando tradição e, segundo os comerciantes, os consumidores preparam o bolso e aguardam as ofertas do período.
Proprietária de uma loja de roupas no Centro, Áurea Lika Okino afirma que após o Natal os consumidores visitaram a loja, mas não compraram. ''As pessoas vinham, experimentavam as roupas, mas diziam que iriam esperar a liquidação do final de janeiro'', relata. Áurea atraiu clientes com descontos em torno de 40% e facilidades de parcelamento no cartão de crédito.
A funcionária pública Maria Lúcia Gimenez confirma a constatação da empresária. Ontem de manhã olhava as araras com roupas de verão em busca de bons preços. ''Estou começando a procurar. Já sabemos que no final de janeiro e começo de fevereiro acontece esta liquidação; então a gente espera, pois os preços compensam'', afirmou.
Com a loja repleta de consumidores, atraídos por cartazes de ofertas, a comerciante Toshie da Silva afirmou que esperava um resultado 20% maior que do ano passado. ''As pessoas atendem o chamado da campanha'', disse.
Para a estudante Annalice Amadeu a liquidação veio a calhar. Os descontos lhe garantiram um bom presente de aniversário. ''Ela estava precisando de um sapato. E a coincidência com a liquidação foi bastante proveitosa'', declarou a mãe, Ângela Amadeu, enquanto ajudava a filha a escolher entre as dezenas de opções apresentadas pela vendedora.
As expectativas dos comerciantes coincidem com as da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil). De acordo com o presidente, Marcelo Cassa, a entidade estima um crescimento de 5% das vendas no mês de fevereiro com o incremento da Liquida Londrina. Esse índice é a expectativa de crescimento mensal do comércio para o primeiro semestre de 2010. ''Em todo o ano passado, houve um crescimento médio de 4% nas vendas'', informou.
Cassa afirma que cerca de 800 comerciantes participaram da campanha este ano, ofertando descontos entre 30% e 40%. ''Alguns chegaram a 70%'', diz. A Liquida Londrina foi realizada de quinta-feira até ontem, quando o comércio funcionou em horário diferenciado: nos dois primeiros dias, as lojas ficaram abertas até as 21 horas e ontem até as 18 horas.
Campanhas similares realizadas pelos shoppings centers provocaram efeito positivo, segundo o presidente da Acil. ''A cidade inteira se movimentou com as promoções'', afirma.
Um público de 100 mil pessoas era estimado pelo shopping Catuaí nos três dias da liquidação Coisa de Louco, encampada pelas 279 lojas do empreendimento. A campanha termina hoje, com descontos de até 70%. ''A expectativa é de um crescimento de 15% em relação ao ano passado'', disse Marcos Lima, superintendente do shopping. ''A liquidaçao é realizada há cinco anos e já é tradição na cidade'', completa.
Bom público e incremento nas vendas também eram esperados pelo shopping Royal Plaza nos três dias - de sexta até hoje - da Mega Liquidação de Verão. De acordo com Denison Camargo, do departamento de Marketing, a estimativa era de um faturamento entre 8% e 10% superior à promoção do ano passado e um movimento 12% maior, com cerca de 80 mil pessoas circulando pelo shopping no período. As lojas ofereceram descontos entre 50% e 60%. (Raquel de Carvalho).