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Ritmo mais lento

Economia da China perde fôlego no segundo semestre, mostram dados

Agência Estado
09 ago 2015 às 13:00

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A economia chinesa começou o segundo semestre em ritmo fraco, registrando indicadores desapontadores de comércio e de preços ao produtor em julho, em um momento de demanda modesta no país e no exterior.

As exportações recuaram 8,3% em julho, na comparação com igual período do ano anterior, revertendo um ganho de 2,8% registrado em junho, segundo dados oficiais divulgados no sábado. As importações caíram pelo nono mês consecutivo, em baixa de 8,1%, depois de um declínio de 6,1% em junho. E no domingo, o governo anunciou que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) ampliou seus mais de três anos de quedas, registrando em julho a maior queda anual em quase seis anos.

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Ainda que existam alguns focos positivos nos dados de comércio, como as importações de algumas commodities em termos de volume, os números em geral vieram piores que o esperado e apontavam para problemas mais adiante nas exportações, que já enfrentam um enfraquecimento. "Nós podemos ver pressão relativamente forte de baixa sobre as exportações no terceiro trimestre", afirmou o escritório comercial do país no comunicado com os dados sobre comércio.

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As exportações chinesas vinham sendo um importante componente do crescimento econômico nos últimos anos. Mas esse não é mais o caso, o que trava o avanço. O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 7% no segundo trimestre, na comparação com igual período do ano passado, melhor que o esperado pelos analistas, mas bem abaixo dos níveis dos últimos anos. O governo espera manter um crescimento de 7% para todo o ano, mas esse ainda seria o pior desempenho em mais de duas décadas, graças a uma combinação de demanda menor que a capacidade das indústrias tradicionais, um setor imobiliário fraco e pouca ajuda das exportações.

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O Conselho Estatal, principal órgão do governo, disse no mês passado que daria prioridade ao setor comercial, com isenções tributárias e menor burocracia, enquanto se reduziam impostos de importação. O governo acelera vários projetos de infraestrutura para impulsionar a demanda interna. O banco central cortou a taxa de juros quatro vezes desde novembro, para ajudar companhias em dificuldade a obter crédito mais barato.


As exportações nos primeiros sete meses do ano estavam em queda de 0,8%, em termos de dólares, na comparação com igual período de 2014, enquanto as importações caíram 14,6% no mesmo período.

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"Não há uma rápida reação à vista", disse Liu Yaxin, analista da China Merchants Securities. Ela disse que as exportações serão prejudicadas pela demanda fraca, saindo-se mal nas comparações com números anteriores mais fortes. Outro problema para os exportadores é a moeda chinesa relativamente valorizada ante o euro - o yuan tem se mantido estável ante um dólar que tem se valorizado. Isso levou a moeda chinesa a avançar mais de 10% ante o euro.


"A força do yuan [ante o euro] tem sido uma trava para o crescimento estável das exportações no mercado europeu", disse Chen Jie, gerente-geral da Weida International Shoe Trade Company, sediada em Wenzhou, no leste chinês, um centro de indústrias como a de vestuário e calçados. "Nós buscaremos expandir nosso negócio doméstico se as coisas não melhorarem logo, mas isso também não será fácil", avaliou.

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As exportações para a União Europeia recuaram 12% em julho, na comparação anual, enquanto aquelas para o Japão caíram 13% e as exportações para os EUA tiveram baixa de 1,35%.


Por ora, o Banco do Povo da China não dá sinais de que afrouxará seu controle sobre a moeda e deixará o yuan desvalorizar, apesar da pressão dos exportadores. O economista Tim Condon, do ING, afirma que de fato há uma pressão sobre o BC chinês, mas na avaliação dele a instituição não deve ceder nesse caso por enquanto.


A combinação de exportações fracas e importações ainda mais fracas deixou o país com um superávit primário de US$ 43 bilhões em julho, abaixo dos US$ 47 bilhões de junho. As importações fracas refletem também a queda nos preços de matérias-primas em mercados globais, além da demanda interna mais fraca. Mas, em termos de volume, houve sinais encorajadores para as importações, com as compras de cobre e aço avançando no mês e as importações de soja e petróleo crescendo ainda com mais força.

Os preços fracos das commodities globais tiveram um papel para levar o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da China a cair mais em julho. O PPI recuou 5,4% em julho, na comparação anual, acelerando a queda de 4,8% de junho. O índice de preços ao consumidor (CPI) avançou 1,6% em julho na comparação anual, acelerando ante o 1,4% de junho, ainda que bem abaixo da meta do governo de 3% para o ano. Analistas disseram que veem mais sinais de esperança para a economia, com Pequim acelerando projetos de infraestrutura para manter a meta de crescer 7% em todo o ano de 2014.


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