O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, não descarta a possibilidade de descumprimento da meta de inflação para 2010, de 4,5%. "Não é um risco de inflação elevada e sim um risco de não cumprimento da meta", resumiu. "O comportamento de preços dos alimentos será decisivo para a inflação de 2010."
Os comentários foram feitos hoje pelo economista, que analisou a movimentação de preços no varejo, que encerrou 2009 com alta de 3,95% no âmbito do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI). O núcleo do indicador, que exclui as principais quedas e as mais expressivas elevações de preços junto ao consumidor, terminou o ano com alta de 3,70%.
O especialista observou que o ano de 2010 vai começar com o peso de preços referentes à inflação passada. Além disso, há o risco de um aumento na demanda do mercado interno, por conta da trajetória de recuperação econômica do País. "A tendência é que haja, ao longo do ano, um risco de superação da meta inflacionária. A economia está em uma fase de aquecimento" afirmou o especialista.
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Também não há certeza sobre como os preços dos alimentos vão se comportar este ano. Quadros comentou que, de maneira geral, há um consenso de que será muito difícil repetir-se o cenário de quedas intensas e sucessivas de preços no setor de alimentação. "Não vai haver explosão inflacionária", disse.