A Embraer anunciou que encerrou o plano de demissões voluntárias (PDV), aberto em agosto, com 1.470 adesões e, a partir desta quinta-feira (15) novas inscrições serão avaliadas pela empresa. Os funcionários que tiverem a participação confirmada serão dispensados na primeira semana de outubro.
O plano foi anunciado no último dia 8 de agosto, segundo a companhia, como forma de garantir a sustentabilidade da empresa no atual cenário econômico. "Como parte de uma série de medidas de redução de custos que vem sendo adotada pela empresa, visando superar o cenário desafiador enfrentado hoje pela indústria aeroespacial e garantir a perenidade da empresa", ressalta o comunicado da empresa.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, onde está localizada a matriz da Embraer, criticou a redução do quadro de pessoal. "As demissões são desnecessárias e fruto da política da desnacionalização da Embraer e do envolvimento da empresa num caso de corrupção investigado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro", ressaltou o sindicato.
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Desde 2010, a Embraer vem sendo investigada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por suspeita de corrupção em contratos para venda de aeronaves no exterior. No ano passado, a Embraer começou discussões com as autoridades norte-americanas para assinar um acordo e encerrar o caso. A companhia fez uma provisão de perdas de US$ 200 milhões, segundo a estimativa para pagamento de uma possível multa. A empresa nega, no entanto, que o PDV tenha ligação com os problemas judiciais.
O sindicato aprovou no último dia 18 de agosto um plano de luta em defesa do emprego. Os trabalhadores cobram que os governos nas esferas municipal, estadual e federal tomem medidas para evitar as demissões.
"Assim como o Sindicato, os trabalhadores defendem que a empresa pare com o processo de transferência de parte da produção para o exterior e que os acionistas arquem com a possível multa de US$ 200 milhões referente ao caso de corrupção", ressalta nota divulgada pelo sindicato.