A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a empresa alemã de defensivos agrícolas Basf e a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), assinaram ontem, na sede da Embrapa em Brasília, um protocolo de intenções para a utilização correta da nova cultivar de soja geneticamente modificada produzida em parceria entre a empresa europeia e a instituição pública brasileira.
O objetivo do documento é assegurar que o sistema intitulado como Cultivance - o primeiro transgênico produzido no Brasil - chegue aos produtores por meio do mercado legal de sementes, atuando contra a pirataria e aumentando o potencial produtivo de quem trabalha no campo.
Segundo Narciso Barison Neto, presidente da Abrasen, o mercado de sementes no Brasil movimenta cerca de R$ 4 bilhões por ano e o produtor deve ter consciência da utilização de cultivares certificadas. ''É muito importante combatermos a pirataria de sementes, já que a utilização correta dos produtos acaba alimentando ainda mais a pesquisa. A utilização de novas tecnologias impactam diretamente no agronegócio'', ressaltou Narciso.
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Mauricio Russomano, vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf, calculou um investimento de US$ 20 milhões para a produção do novo sistema, que teve inicio em 1996, e ingressa no mercado brasileiro apenas na safra de 2012/2013. ''Esta soja oferecerá um novo sistema de proteção capaz de controlar de maneira eficiente um grande número de plantas daninhas. Os herbicidas são aplicados apenas uma única vez e o sojicultor já obtém longa duração para o controle das pragas'', explicou o representante da empresa alemã.
Russomano salientou a importância da defesa da propriedade intelectual em relação à produção de novas tecnologias para o campo. ''A Abrasen vai nos ajudar na produção e comercialização das novas sementes, deixando os produtores cientes da importância de adquirir produtos legais.''
Já para Pedro Arraes, diretor presidente da Embrapa, ter criado o sistema Cultivance em parceria com a Basf tem o intuito de voltar a valorizar a produção de sementes e dar maior número de opções para o produtor brasileiro no momento do plantio. ''São elementos para que o agrobusiness do País permaneça cada vez mais competitivo. Essas parcerias entre empresas público-privadas são extremamente importantes para fomentar a pesquisa'', avaliou Arraes.
Narciso Barison acrescentou ainda que a Abrasen continua com um trabalho forte contra a multiplicação ilegal de sementes, principalmente no estado do Rio Grande do Sul. ''Tivemos alguns problemas com uma semente que ficou popularmente conhecida como 'Maradona'. Trabalhamos com a educação dos agricultores, para que eles tenham consciência da utilização adequada dos cultivares. É importante que eles paguem pelo produto consumido'', completou Barison.
* O jornalista viajou a convite da Basf