A Aquabel planeja iniciar até o fim do ano a construção de um centro de melhoramento genético de tilápias, para se firmar como o principal fornecedor de alevinos do País e virar referência no mundo.
A empresa de Rolândia fechou em abril uma joint-venture com a norueguesa AquaGen, líder mundial em seleção genética de salmão, e pretende aplicar todo o conhecimento técnico para mais do que triplicar nos próximos três anos o fornecimento de ovas fertilizadas do principal peixe do mercado brasileiro para aquicultores.
Com produção no ano passado de 85 milhões de alevinos, a expectativa na Aquabel é passar de 100 milhões em 2016 e chegar a 300 milhões em até três anos. O objetivo é fornecer exemplares de tilápia mais resistentes a enfermidades e que cheguem mais rapidamente ao tamanho para abate, entre 800 gramas e 1 quilo.
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O Brasil tem a maior área potencial de produção do mundo, com 8,3 mil quilômetros quadrados de disponibilidade de água doce, equivalente a 12% do total. Ainda, conta com clima quente e propício para o desenvolvimento da tilápia, mão de obra disponível e produção interna dos principais insumos da ração, que são soja, milho e farinha de peixe. No entanto, a Balança Comercial aponta que o País importou US$ 1,1 bilhão em peixes, crustáceos e moluscos no ano passado, com apenas US$ 207 milhões em exportações, conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O mercado de tilápia interessa à AquaGen por ser considerado promissor em todo o mundo, pela possibilidade de produção global, já que o peixe se desenvolve mesmo em estufas. Os noruegueses fazem parte do EW Group, que tem mais de 80 anos e atua como líder global no mercado genético de frangos de corte, galinhas poedeiras, perus e salmões.
CEO da Aquabel, Ricardo Neukirchner afirma que há tratativas com governadores de alguns estados, entre os quais o Paraná, para construir o centro de melhoramento. Serão de cinco a dez hectares, com 20 funcionários, geneticistas e equipe técnica, formada por brasileiros e representantes da AquaGen no Chile e na Noruega.
"Estamos vendo quais dessas áreas complementam todas as necessidades de potencial de produção genética, em termos de biossegurança, de clima e de logística", diz.
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