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Na hora de ir ao banheiro

Empresa é acionada por constranger funcionárias

BBC Brasil
05 out 2011 às 08:42

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Funcionárias de uma empresa na província de Múrcia, na Espanha, entraram na Justiça após serem obrigadas a pendurar um cartaz no pescoço, com a palavra banheiro, toda vez que precisavam ir ao lavabo.

Segundo a queixa, encaminhada nesta terça-feira ao Ministério do Trabalho, o regulamento da fábrica de embalagens El Ciruelo, da província de Múrcia (sudeste do país), estabeleceu três regras para controlar o tempo das funcionárias.

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As supervisoras devem impedir consumo excessivo de líquido durante o expediente, para evitar idas frequentes ao banheiro. As mulheres também não podem demorar mais de cinco minutos no lavabo. A terceira regra estabelece o uso de um cartaz pendurado no pescoço.

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Segundo a Federação Agroalimentar das centrais sindicais União Geral dos Trabalhadores e Comissões Operárias, a denúncia foi apresentada por duas trabalhadoras demitidas por se recusarem a acatar as normas de uso do banheiro.

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'Semáforo'


Segundo as denunciantes, o tempo de permanência no banheiro é controlado por um aparelho que registra as impressões digitais.

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As cerca de 200 funcionárias da fábrica de embalagens de frutas precisam retirar o cartaz com a supervisora toda vez que vão ao lavabo. O aviso pendurado no pescoço mostra de forma clara e visível a palavra banheiro com o desenho de um semáforo de trânsito.


Para o secretário-geral da UGT de Múrcia, Antonio Jiménez, a norma da fábrica é "uma vergonha, uma violação dos direitos dos trabalhadores e uma humilhação enorme para as trabalhadoras". A medida é restrita apenas às mulheres.

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Em nota à imprensa, o sindicato diz que "não vai consentir nenhuma atuação tão vexatória e discriminatória e vai levar este caso até as últimas consequências".


As funcionárias têm meia hora de descanso não remunerado e o expediente chega a durar 12 horas diárias. As mulheres relatam ainda sofrer ameaça de descontos na folha de pagamento se demorarem mais de cinco minutos no banheiro.

A denúncia será investigada por inspetores do Ministério do Trabalho. A companhia El Ciruelo não quis fazer declarações.


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