Uma juiza americana garantiu US$ 110 milhões (cerca de R$ 195 milhões)a uma empresa que resgatou objetos de dentro do navio Titanic, naufragado em 1912.
A decisão garante à RMS Titanic Inc, que faz exposições dos objetos resgatados em museus de todo o mundo, o valor de mercado dos objetos.
A Justiça vai ainda decidir se dá à empresa a propriedade dos objetos ou se os vende e dá o arrecadado à companhia.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
O Titanic afundou em sua viagem de inauguração, de Southampton, na Grã-Bretanha, para Nova York, nos Estados Unidos, em abril de 1912, provocando a morte de mais de 1.500 pessoas.
O navio afundou a cerca de 650 quilômetros da costa de Newfoundland, no Canadá, duas horas após se chocar com um iceberg.
Os restos do navio foram encontrados em 1985 por uma expedição liderada por Robert Ballard, a quatro quilômetros abaixo do nível do mar.
Expedições
A RMS Titanic Inc realizou sete expedições ao local do naufrágio no Atlântico Norte e retirou mais de 5.500 artefatos.
Em 1994, um tribunal americano havia dado à companhia o direito de retirar os objetos do navio, mas não deu a propriedade dos artefatos.
A empresa vinha exibindo os objetos retirados em exposições em museus do mundo todo.
A decisão tomada pela juiza Rebecca Beach Smith, da Virgínia, reconhece os "esforços monumentais" da empresa em chegar aos restos do navio e retirar, conservar e exibir os objetos.
Ela permitiu à companhia continuar a exibir os objetos, mas estabeleceu um prazo de um ano para decidir se a Justiça os venderá e dará o dinheiro arrecadado à empresa ou se dará à companhia o título de propriedade dos objetos após determinar condições para sua manutenção e uso futuro.
"Estamos muito felizes com a decisão da Justiça e acreditamos que ela reflete os extensos esforços da companhia", disse em um comunicado Christopher Davino, presidente da Pemier Exhibitions, da qual a RMS Titanic Inc é uma subsidiária.
Trabalho
Em sua decisão, a juiza observou que em seu trabalho para recuperar os artefatos de dentro do Titanic, a companhia inventou 20 instrumentos especializados para retirar objetos frágeis do leito submarino.
Ela também comentou o perigo ao qual as equipes das expedições submarinas foram submetidas, afirmando que a alta pressão no fundo do mar significa que qualquer dano ao casco dos submarinos utilizados significaria morte instantânea aos seus ocupantes.
Ela citou ainda evidências de que os restos do Titanic estão se deteriorando rapidamente no leito submarino e que uma possível quebra do casco do navio poderia colocar em perigo os objetos.
"Os artefatos do Titanic estavam anteriormente perdidos no fundo do oceano, privando o público de qualquer utilidade social em seu simbolismo histórico e beleza social", disse ela.
"Em vez disso, a RMS Titanic resgatou esses itens do destino de se perderem para as gerações futuras", afirmou.