A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em três escritórios de contabilidade do centro de Londrina durante a manhã desta sexta-feira (21). Os estabelecimentos ficam nas ruas Mato Grosso e Minas Gerais e na avenida Duque de Caxias. Os agentes apreenderam diversos documentos falsificados. De acordo com o delegado da PF, Elvis Secco, os escritórios usaram as falsificações para fraudar a 'criação' de pelo menos 200 empresas em Londrina. "Foram apreendidos carimbos, selos da junta comercial, contratos sociais, documentos pessoais diversos. Tudo falsificado", contou.
A documentação apreendida tem relação com as empresas fraudulentas. "Os contadores usavam as firmas para colocar em prática diversos tipos de crimes, como a emissão de notas fiscais frias e a obtenção de empréstimos e financiamentos bancários", destacou o delegado.
Secco destacou a grande possibilidade lesiva deste tipo de crime. "Você frauda a abertura da empresa, coloca a firma no nome de um 'laranja' e começa a forjar a emissão de notas fiscais. Depois de algum tempo, simula que esta empresa 'fria' vale um milhão de reais, declara a fraude no Imposto de Renda e vai atrás de um banco para um financiamento de R$ 500 mil, R$ 600 mil", exemplificou.
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O delegado destacou também que muitas das firmas fraudulentas estão no nome de empresários. Outras estão sob a responsabilidade de 'laranjas'. A maioria, no entanto, só existe no papel. "Os escritórios possuíam clientes que sabiam da falsificação, mas concordavam com a criação das empresas já pensando na valorização delas no mercado".
As investigações começaram em julho do ano passado, depois da Receita Federal constatar a existência de uma quantidade muito grande de documentos falsificados por conta dos três escritórios. Os responsáveis pelos estabelecimentos não foram presos, mas acabaram indiciados por falsificação de documentos e uso de material falso.
Elvis Secco contou que um dos contadores trabalhava em parceria com Hélio de Souza Teixeira, preso em flagrante pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no dia 27 de janeiro por suspeita de falsificação de documentos públicos. "É bem possível que todos os suspeitos atuassem de forma conjunta na cidade. Os esquemas são muito semelhantes".
A Polícia Federal pretende, a partir de agora, analisar toda a documentação apreendida nos escritórios. "O material vai passar por perícia e será enviado depois disso para Receita Federal. O órgão ficará responsável por dar baixa a todas as empresas fraudulentas", concluiu.