A estabilidade do mundo nas próximas décadas depende de acordos entre os EUA e a China para investirem em Estados frágeis, acentuar o isolamento de países e grupos que causam conflitos regionais e internos, adotar medidas eficazes contra as mudanças climáticas e garantir a segurança na internet.
Essa é a principal conclusão, no campo da geopolítica, de relatório produzido por uma comissão de 19 especialistas, patrocinada pela Universidade de Oxford. Intitulado "Now For the Long Term" ("Agora no longo prazo"), o relatório faz diagnósticos sobre os principais desafios em todas as áreas e apresenta recomendações aos líderes mundiais.
O estudo prevê que a economia chinesa tomará o lugar da americana como a maior do mundo, já em 2016. Os EUA, no entanto, continuarão tendo papel determinante. A comissão, que teve também a participação do ex-chanceler brasileiro Luiz Felipe Lampreia, assinala que a China não é a única nova potência, e cita também, nessa ordem, Índia, Brasil, Alemanha, Nigéria, África do Sul e Indonésia. "A maioria das instituições, no entanto, opera segundo arranjos geopolíticos do século 20, com sérias deficiências", critica o relatório. "Países com papel decrescente retêm poder desproporcional."
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O número de países quadruplicou desde a constituição dos organismos multilaterais no pós-guerra, além da ascensão das ONGs à mesa de negociações. Diante disso, diz o documento, "a reforma das instituições de governança do século 20 já passou da hora". Ela deve incluir o ingresso de novos membros permanentes no Conselho de Segurança da ONU - o Brasil postula uma vaga -, mudanças nas regras de votação das instituições de Bretton Woods - como o FMI e o Banco Mundial -, revigorar o G-20 (grupo das 20 maiores economias, que reúne 80% do PIB e do comércio mundiais), para que atue também fora de momentos de crise e em questões como mudança climática. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.