Os analistas mais pessimistas que participam da coleta de previsões do Relatório de Mercado Focus seguem acreditando que a inflação deste ano terminará em dois dígitos. A projeção máxima de 10,02%, vista na semana passada, foi mantida agora, a despeito de uma melhora na mediana das estimativas para a pesquisa geral para o período.
Também as maiores expectativas do documento para o dólar no encerramento deste ano seguiram em R$ 4,00 - patamar batido pela primeira vez também na semana anterior.
Para a inflação de longo prazo, não houve mudanças em relação à semana anterior. A mediana das previsões dos participantes do boletim Focus permaneceu em 4,55% para 2017 e em 4,50% para 2018 e 2019. Entre os analistas Top 5 de médio prazo, os que mais acertam as projeções para o período, as estimativas também seguiram inalteradas em 4,50% para o período de 2017 a 2019.
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O relatório mostrou, ainda, uma diminuição das projeções de inflação mensal de agosto e setembro - de 0,30% para 0,26% e de 0,40% para 0,38%, respectivamente. Para o último trimestre do ano, no entanto, a abertura do levantamento revela que os ajustes foram feitos todos para cima esta semana, impedindo que a queda da mediana para o IPCA do ano fosse maior.
No caso de outubro, o ponto central da pesquisa mostra uma correção de 0,45% para 0,46%. Para novembro, a expectativa de inflação de 0,53% foi substituída pela de 0,54% e, para dezembro, de 0,62% para 0,64%.
Sazonalmente, a inflação dos meses de agosto e setembro costuma ser mais amena. Em Brasília na semana passada, o economista chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, previu que a inflação corrente dará algum "alívio relevante" nos próximos dois meses. "Agosto e setembro são meses de férias da inflação", ilustrou. "Isso dará certa tranquilidade ao Banco Central, mas se quiserem interromper as férias será um problema", continuou.