Com a saída de R$ 1,093 bilhão em junho, o fluxo de capital externo na Bovespa voltou a ser negativo no resultado mensal, após quatro meses consecutivos de superávit. A fuga de estrangeiros, com a maior aversão ao risco no cenário externo, precede a entrada recorde de R$ 6,083 bilhões registrada em maio. O déficit mensal de junho foi resultado de compras de R$ 40,450 bilhões e vendas de R$ 41,543 bilhões. Em 30 de junho, foi apurada a saída de R$ 56,962 milhões da Bolsa brasileira em capital externo. Com o resultado de junho, o saldo positivo de capital estrangeiro acumulado no ano caiu para R$ 10,107 bilhões.
Ao longo de junho, o balanço mensal chegou a ser negativo em R$ 3,188 bilhões no dia 23, em uma sessão movimentada pela oferta pública de aquisição (OPA) da Brasil Telecom. Naquele dia os estrangeiros retiraram R$ 1,061 bilhão da bolsa.
Segundo operadores, o momento é de correção e ajuste. Em busca de soluções para reerguer o sistema financeiro mundial - após um período extremamente turbulento que culminou com a quebra do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers - a injeção de capital dos bancos centrais em todo o mundo serviu para sustentar o início da retomada econômica. No entanto, alguns analistas apontam que os atuais níveis de preço das ações e das commodities já não se sustentam. O petróleo, por exemplo, acumulou alta de 40% apenas no segundo trimestre deste ano.