Baixo custo de matéria-prima e um incremento de até 45% na capacidade de produção das usinas brasileiras. Ao aliar esta duas vantagens, o etanol de 2ª geração pretende se tornar um dos combustíveis mais competitivos do mercado nos próximos anos. Produzido a partir da palha ou do bagaço de cana-de-açúcar, o etanol 2G já está sendo testado em motores da Mercedes Benz na Europa e chega ao Brasil ainda este ano, com a inauguração de uma usina em Alagoas. A nova tecnologia, que é apontada por especialistas como uma das alternativas para minimizar os impactos da crise no setor, foi apresentada nesta terça-feira (18), durante o Seminário Internacional de Biocombustíveis, em São Paulo.
Prestes a chegar no mercado brasileiro, o etanol 2G já é realidade na Europa desde 2012. Aqui no Brasil, o etanol 2G será produzido a partir da palha da cana-de-açúcar, material que seria descartado pelas usinas tradicionais. A primeira empresa deste tipo de combustível foi construída pela GranBio, em Alagoas, e está em processo de ajustes junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP) - que demora de 30 a 60 dias - para só então ser inaugurada. A usina, que custou R$ 350 milhões, terá capacidade de produzir 82 milhões de litros de etanol 2G e promete incrementar em 45% a fabricação do biocombustível.
A empresa, contudo, não é a única interessada na novidade. De acordo com o pesquisador do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), José Pradella, outras duas multinacionais investiram cerca de R$ 200 milhões em projetos deste tipo em parceria com o órgão para produção em escala industrial. Diante disso, ele alerta para a criação de uma política que regulamente o setor. "Se empresas de todo o mundo estão vindo para cá em busca dessa tecnologia, é óbvio que o governo precisa criar uma política de regulamentação. Isso é uma riqueza nacional. E isso precisa ser feito logo, em no máximo quatro ou cinco anos¨, observou.