O economista e ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto disse hoje que o ministro Guido Mantega é um conhecedor da economia do Brasil e que ele fez um bom trabalho à frente do ministério. Por isso, Delfim Netto afirmou achar "justa" uma eventual manutenção de Mantega no cargo. "Eu acho ótimo. Ele tem coragem para tomar decisões e racionalidade para escolhê-las", afirmou. O ministro da Fazenda é um dos cotados para ocupar a função no governo da presidente eleita Dilma Rousseff.
Dilma convidou Mantega a ficar no posto, de acordo com reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", publicada hoje. Ela teria atendido à sugestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, o ministro reuniu-se com Dilma, na Residência Oficial da Granja do Torto, mas não deu declarações. Ele também cancelou uma viagem que faria à São Paulo, onde teria atividades internas. Delfim Netto participou hoje de um evento na Câmara de Comércio Americana (Amcham) que discutiu propostas de reforma tributária.
Reforma tributária
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
O ex-ministro da Fazenda defendeu ainda que a reforma tributária torne o sistema eficiente e que isso não quer dizer necessariamente reduzir o tamanho da carga tributária. "A ideia de reduzir impostos não é factível. Temos que aproveitar essa gente que está chegando (no mercado de trabalho) e distribuir melhor a arrecadação", comentou.
"Se tentarmos fazer uma reforma completa, não conseguiremos. Se focarmos em alguns pontos, aí sim, poderemos obter algum sucesso", afirmou. De acordo com Delfim Netto, o principal desafio do próximo governo é convencê-lo de que todas as suas despesas têm que crescer menos do que o PIB, pois desta forma é que o País reunirá condições de investir mais para crescer sem pressão inflacionária. O ex-ministro ressaltou que a bolsa de valores no Brasil tem todas as condições de captar recursos e transformá-los em poupança interna.