A multinacional suíça Sig Combibloc, que fabrica embalagens cartonadas (como as de leite longa vida), já iniciou a construção da primeira fábrica na América do Sul. A cidade escolhida foi Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, e a inauguração deve ocorrer no segundo semestre de 2011. Pelos próximos sete anos a empresa pretende investir na unidade 90 milhões de euros (aproximadamente R$ 200 milhões).
Em um primeiro momento, a fábrica irá produzir um bilhão de embalagens por ano. Até o final do projeto a previsão é que este número dobre. A unidade ocupará uma área de 130 mil metros quadrados, sendo 24 mil de área construída. Para o ano que vem, serão empregadas 225 pessoas. Até a conclusão, o número de funcionários sobe para 300. A empresa responsável pela construção da fábrica é a Emisa Plaenge, de Londrina.
Segundo o presidente mundial da Sig Combibloc, Rolf Stangl, a decisão de implantar a fábrica no Paraná foi estratégica, já que o Estado está em uma região de fácil acesso aos transportes rodoviário, marítimo e aéreo, além da disponibilidade de mão de obra qualificada. Os empresários também receberam benefício fiscal para instalar a unidade no Paraná. A administração central da empresa vai continuar em São Paulo.
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A decisão de implantar uma fábrica da empresa no Brasil vem para brigar por uma fatia de mercado que hoje é dominado pela Tetra Pak, também da Suíça. A Sig Combibloc trouxe para o mercado nacional, através de produtos produzidos atualmente na Europa, novos formatos e tamanhos para as embalagens cartonadas, destinadas para a venda de leite, extrato de tomate, vinho, leite condensado, sopa, entre outros produtos. Aproximadamente 80% deste mercado é destinado para produtos lácteos.
Com a fábrica no Brasil, a empresa procura diminuir os prazos para a entrega de produtos e conseguir mais clientes nacionais. ''O PIB (Produto Interno Bruto) vem crescendo no Brasil. Com isso, há aumento da renda e do consumo. A região é um mercado atraente no futuro'', explica Stangl. Atualmente, o Brasil é o maior consumidor, em litros, de embalagens cartonadas assépticas, entre lácteos e bebidas não carbonatadas (sem gás). Se considerado o número de embalagens, é o segundo maior do mundo, com 10 bilhões de embalagens por ano, perdendo apenas para a China.
Com a produção das embalagens no Brasil, os custos de produção diminuem, pois a empresa deixa de gastar com o transporte do produto, além das altas taxas de impostos cobradas no País. No entanto, não há como prever se o preço final do produto vendido ao consumidor também irá diminuir, pois isso depende de cada empresa que fabrica a bebida.
A Sig Combibloc faturou, em 2009, 1,260 bilhões de euros e produz 23 bilhões de embalagens por ano. A fábrica no Paraná vai representar 8% da produção mundial da empresa. Não foi divulgado o número atual de participação no mercado nacional pela Sig Combibloc, mas os planos são audaciosos. ''Não iremos investir 90 milhões de euros para termos apenas 5% de participação (no mercado brasileiro)'', revelou Stangl. A contratação dos funcionários em Campo Largo vai ocorrer em períodos variados, pois alguns cargos exigem mais tempo de treinamento.
O jornalista viajou a convite da Sig Combibloc.