Depois de ter ganhado terreno, barracão e incentivos fiscais por dez anos, a fábrica de cadernos Credeal, instalada em 1999 em Astorga, distante 80 quilômetros de Londrina. O anúncio do fechamento e demissão dos 110 empregados ocorreu na sexta-feira da semana passada (29) e pegou prefeitura e funcionários de surpresa.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Astorga, Almir Correia, disse que a empresa apenas alegou prejuízos com a crise econômica mundial.
No entanto, o que chama a atenção do secretário, é que no final do ano passado, dez anos após as doações feitas pelo município, a empresa passou a ter direito de receber a escritura definitiva do terreno e do barracão de 4,1 mil metros quadrados.
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"A partir do momento em que receberam definitivamente os bens, anunciaram o fechamento da fábrica. Isso caracteriza que sem os incentivos perderam o interesse na cidade", afirmou em entrevista à Rádio CBN Maringá.
Além de isenções de tributos municipais por 10 anos, a Credeal também usufruía de incentivos de impostos estaduais.
De acordo com o secretário, o prefeito de Astorga, Arquimedes Ziroldo, já decretou a área de utilidade pública e pretende retomar o imóvel judicialmente, já que o terreno perdeu a finalidade para a qual foi doado: gerar empregos.
Segundo o secretário Almir Correia, a Credeal também fechou filiais no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, mas abriu recentemente uma fábrica na região metropolitana de Florianópolis. Ele ressaltou que a empresa não solicitou novos incentivos fiscais para permanecer na cidade.