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Fertilizantes

Fezes de aves é negócio lucrativo no Peru

BBC Brasil
07 set 2010 às 09:52

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O Peru é o maior produtor de um principais fertilizantes naturais e totalmente orgânicos encontrado no mundo: o guano, feito dos excrementos de pássaros como o cormorão guanay e o piquero e o pelicano.

A indústria existe há séculos na costa do Peru, mas agora, as ilhas do Pacífico são exploradas em um sistema de rodízio, com o objetivo de respeitar o habitat das aves e permite a recomposição das montanhas de fezes.

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Embora as autoridades peruanas tentem manejar sustentavelmente a indústria, cientistas alertam que a população de animais marinhos ainda enfrenta a ameaça da pesca excessiva de anchovas, principal alimento dos pássaros.

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O estoque do peixes também depende da corrente de Humboldt, que empurra a água da Antártica para o Equador e que é cada vez mais afetada pelo fenômeno El Niño.

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População de aves



Mesmo assim, a população de pássaros marinhos aumentou de 3,2 milhões para 5 milhões nos últimos quatro anos, mas isso nem se compara aos 60 milhões que já existiram no país.

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As fezes de pássaro já foram o centro da economia peruana, e chegaram a provocar guerras com os países vizinhos no século 19.



Nos platôs da ilha Guanape Sur, há ninhos de piqueros peruanos e milhares de cormorões guanay, chamados assim por causa da grande quantidade de fezes ricas em nitrogênio que depositam no solo.

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Em alguns lugares, os depósitos têm vários metros de profundidade. O guano, uma palavra da língua nativa da região, o quíchua, exerce um papel crucial na expansão da indústria de produtos orgânicos do país.



Pequenos empresários

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Quase um milhão de pequenos fazendeiros de produtos orgânicos têm suas plantações tratadas com guano. O processo de coleta de guano permanece o mesmo há séculos. Trabalhadores extraem as fezes do platô com pás e picaretas, e carregam mais de cem sacos de 50 quilos de guano para barcos à espera do produto.



A maioria dos trabalhadores é de pequenos fazendeiros que investem o salário em suas terras. Eles ganham em média 1,2 mil novos sóis peruanos (cerca de R$ 740) por mês, mais do que o dobro do salário mínimo no Peru.

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Os chocolates orgânicos peruanos são venerados na França e um café peruano, Tunki, foi eleito Café do Ano pela Speciality Coffee Association of America, que premia os grãos com melhor sabor produzidos em microclimas especiais no mundo.



Cerca de cem toneladas de guano por dia são produzidas, mas a Agrorural, agência de desenvolvimento rural do Peru, pretende coletar mais de 23 mil toneladas este ano.



Segundo oficiais da agência, a indústria de guano se expande 40% ao ano, graças à demanda da Califórnia e do Brasil, principais compradores.


"É um recurso renovável que você não vai achar em nenhum outro lugar do mundo", diz Rodolfo Beltran, diretor da Agrorural. "Os pássaros marinhos são fábricas de guano, então fazemos o possível para manter o ecossistema deles protegido."


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