São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia são os Estados onde os Correios terão mais dificuldade para normalizar o fluxo de correspondências em função da greve dos trabalhadores da estatal. A informação foi dada nesta terça-feira pelo vice-presidente de gestão de Recursos Humanos dos Correios, Larry de Almeida.
Nos demais Estados, a situação deve ser normalizada na próxima semana, considerando que a proposta acordada nesta terça-feira (4) no Tribunal Superior do Trabalho (TST) seja aprovada em assembleias realizadas em todo o País nesta quarta (5) e que os grevistas voltem ao trabalho na quinta-feira (6). "Temos 35 mil pessoas que estão trabalhando, inclusive sábados e domingos (para colocar as correspondências em dia). Com o reforço (da volta dos trabalhadores), teremos um grande avanço", disse. O atraso de correspondências já soma 136 milhões de objetos em todo o País.
Correios e grevistas fecharam hoje um acordo que pode pôr fim à greve dos funcionários da estatal, que já dura 21 dias. Os trabalhadores aceitaram a proposta dos Correios de concessão de reajuste de 6,87% a partir de 1º de agosto e aumento linear de R$ 80 a partir de 1º de outubro.
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Em relação aos dias parados, os Correios fizeram a concessão de não descontar 15 dos 21 dias de paralisação, mas não abriu mão dos seis dias já descontados na folha de pagamento de setembro. Foi acordado, porém, que a empresa fará a devolução dos valores descontados em folha suplementar até cinco dias úteis após o retorno ao trabalho. Os seis dias serão descontados em 12 parcelas a partir de janeiro.
Aumento real
Para Almeida, a proposta atende aos interesses dos trabalhadores, da empresa e, sobretudo, da sociedade, que é quem está sofrendo com os transtornos causados pela greve. "Estamos trazendo ganhos reais significativos para a base salarial dos trabalhadores", ressaltou o executivo.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva, reconheceu que a proposta firmada hoje traz ganhos acima do que conquistaram outras categorias que negociaram aumentos salariais este ano.
"Nenhuma categoria este ano teve mais de 5% de ganho real; e a nossa terá mais", afirmou. Ele reforçou que a proposta ainda terá que passar pelo crivo de 35 assembleias que serão realizadas amanhã em todo o Brasil. "Essa não foi a melhor proposta, mas foi a proposta possível depois de 21 dias de greve", ponderou.
A ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Maria Cristina Peduzzi, que intermediou as negociações, também comemorou. "Parece que conseguimos chegar a um bom termo. Uma conciliação é sempre melhor que levar adiante o litígio", observou. Na segunda-feira será realizada outra audiência para finalizar, definitivamente, a questão. Caso a categoria recuse a proposta, as negociações voltam à estaca zero, ou seja, as propostas já acordadas perdem a eficácia.