O governo federal vai incluir obras de interesse do setor produtivo paranaense em estudos que serão realizados para definir investimentos futuros em infraestrutura e logística. A proposta foi debatida nesta quarta-feira (22), em Brasília, quando uma comitiva de representantes das entidades que integram o Fórum Futuro 10 Paraná – liderada pelo presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo – se reuniu com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
No encontro, ficou acertado que a Fiep sediará, em meados de setembro, um seminário técnico para discutir a inclusão de obras pleiteadas pelo Paraná no Estudo Conceitual Ferroviário Centro-Sul. Desenvolvido pelo governo federal, o estudo vai analisar possibilidades de novas ligações ferroviárias que poderão atender o Interior do Estado e sua ligação com o Porto de Paranaguá. O seminário terá participação de representantes da recém-criada Empresa de Planejamento e Logística (EPL), da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., do Ministério dos Transportes e da Secretaria de Portos da Presidência da República.
Também para auxiliar na busca por soluções para os gargalos logísticos que afetam o setor produtivo, a Fiep apresenta na próxima terça-feira (28), em Brasília, o projeto Sul Competitivo. Elaborado em conjunto com as Federações das Indústrias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Fiesc e Fiergs), por meio de uma consultoria contratada, o projeto faz um diagnóstico integrado da infraestrutura logística da Região Sul.
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Ofício – Nesta quarta-feira, os representantes do Fórum Futuro 10 entregaram à ministra Gleisi Hoffmann um ofício em que elogiam o Plano de Investimentos em Logística, lançado no último dia 15 pelo governo federal, que promete a aplicação, através de concessões, de R$ 133 bilhões em ferrovias e rodovias brasileiras. "Investimentos em infraestrutura são fundamentais para que o País continue crescendo e o governo mostra que está atento a essa questão, principalmente ao criar um novo modelo de concessão para essas obras", disse Edson Campagnolo. "Mas as medidas propostas no plano causaram algumas dúvidas e preocupações ao Paraná, porque não ficou claro se as obras anunciadas contemplarão as necessidades do Estado", acrescentou.
Além dos presidentes e representantes das entidades empresariais, participaram da reunião com a ministra Gleisi Hoffmann onze deputados e um senador que integram a bancada paranaense no Congresso Nacional. O governo do Estado esteve representado pelo secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.
Obras prioritárias – No ofício, as entidades enumeram as obras que consideram prioritárias para aumentar a competitividade do setor produtivo paranaense. As principais delas dizem respeito a ferrovias. O principal argumento é que o programa federal não prevê uma nova ligação ferroviária ao Porto de Paranaguá, passando por Cascavel e Guarapuava, considerada crucial ao escoamento da produção agropecuária do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Ao contrário, o plano insere nos investimentos um ramal ligando Maracaju (MS) e Mafra (SC), sem interligação com a atual rede ferroviária do Paraná.
O Fórum Futuro 10 também diverge da proposta de traçado da Ferrovia Norte-Sul no Paraná que foi incluída no programa. Enquanto o governo prevê a concessão de um trecho que ligará São Paulo a Rio Grande (RS) passando próximo a Curitiba, as entidades propõem um traçado que vá de Panorama (SP) a Chapecó (SC), passando por Maringá, Campo Mourão, Cascavel e Pato Branco.
Além disso, as entidades pedem a inclusão de três trechos de rodovias federais no programa de concessões. O principal é o projeto de construção da BR-101 no litoral do Paraná, criando um acesso alternativo aos portos do Estado e desafogando a BR-376 entre Curitiba e Joinville (SC). As duas outras obras reivindicadas são a duplicação da BR-163, entre Guaíra e Barracão, e a concessão da BR 476, entre Lapa e União da Vitória.
O ofício entregue à ministra também contém o pedidos de obras para a ampliação da capacidade operacional o Porto de Paranaguá. Por fim, enumera as prioridades para os aeroportos do Paraná, solicitando especialmente a construção de uma pista de cargas no Afonso Pena, na Região Metropolitana de Curitiba.