A Gol demitiu novamente neste fim de semana os funcionários da Webjet, companhia comprada pela empresa em julho de 2011 e que encerrou as atividades em novembro do ano passado. Cerca de 850 trabalhadores haviam sido desligados da empresa em novembro, mas foram readmitidos em dezembro, após uma decisão da Justiça do Trabalho do Rio. Os sindicatos ligados ao setor aéreo acusam a empresa de desrespeitar a Justiça do Trabalho e estudam ações judiciais e protestos para pressionar a Gol.
O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) conseguiu, em dezembro, uma liminar que determinava a reintegração dos funcionários demitidos pela Webjet, em uma ação civil pública contra a Gol. O argumento do MPT foi de que a empresa promoveu uma demissão em massa sem negociação prévia com o sindicato.
A Gol voltou a pagar os salários dos funcionários demitidos, mas não aceitou que eles voltassem ao trabalho. Em comunicado, a empresa afirma que negociou com os sindicatos por dois meses, mas suas propostas foram rejeitadas. "Tendo exauridas todas as tentativas, a companhia considera as negociações mantidas frustradas e se viu limitada a prosseguir com os desligamentos do seu quadro", afirmou a Gol, no comunicado.
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Os dois sindicatos do setor aéreo, dos aeronautas (pilotos e comissários) e dos aeroviários (equipe de solo), consideraram as propostas feitas pela empresa como "pífias". "A Gol propôs estender o prazo de pagamento do plano de saúde e da cesta básica, mas não fez nenhuma proposta significativa", disse o secretário geral do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Sergio Dias.
Os sindicatos disseram que foram surpreendidos com a decisão, comunicada no fim da tarde de sexta-feira (01). "A Gol está peitando a Justiça do Trabalho. Vamos tomar medidas judiciais para que a decisão trabalhista seja cumprida e que a Gol seja multada", disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino.
A liminar da Justiça do Rio que determinou a reintegração dos funcionários da Webjet prevê multa diária de R$ 1 mil por trabalhador em caso de descumprimento da decisão. Segundo Selma, cerca de 780 dos 850 funcionários da Webjet demitidos foram reintegrados pela Gol. Os representantes dos aeronautas vão se reunir nesta semana para decidir que ações vão tomar. "Podemos fazer novos protestos e tomar novas medidas judiciais", disse Dias.
Após o anúncio do fim da Webjet, em novembro, os aeronautas organizaram uma série de protestos contra a empresa em São Paulo, Salvador, Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre. Além de críticas à empresa, os trabalhadoras também se manifestaram contra o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aprovou a fusão de Gol e Webjet em outubro de 2012. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.