Um estudo feito no Reino Unido revelou que mais de 200 mil britânicos já foram vítimas de golpes em namoro pela internet. O número é muito superior ao que estimativas anteriores haviam indicado.
No golpe, os criminosos empregam dados falsos e fotos de outras pessoas, como modelos e oficiais militares, e pretendem desenvolver uma relação romântica com as vítimas. O esquema é feito por meio de sites de relacionamento social ou de encontros.
Durante o relacionamento, os criminosos alegam problemas financeiros urgentes e pedem ajuda. Muitos dos entrevistados pela pesquisa afirmaram ter despendido grandes somas antes de descobrir que foram vítimas de um esquema fraudulento.
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A pesquisa foi liderada por Monica Whitty, da Universidade de Leicester, e Tom Buchanan, da Universidade de Westminster. Os pesquisadores verificaram que 52% dos entrevistados disseram conhecer golpes do tipo e 2% conheciam pessoalmente alguém que havia sido vítima.
Segundo os autores, os números podem ser maiores, uma vez que em muitos casos as vítimas, constrangidas, acabam não denunciando o ocorrido à polícia ou a órgãos competentes.
O Action Fraud, órgão britânico que atende vítimas de fraudes, identificou 592 vítimas de golpes românticos online entre 2010 e meados de 2011. Desse total, 203 pessoas disseram ter tido prejuízos superiores a 5 mil libras (cerca de R$ 14 mil). No estudo, os participantes descreveram perdas entre 50 e 240 mil libras.
Segundo o Serious Organised Crime Agency, outro órgão britânico, os romances fraudulentos são na maior parte das vezes obra do crime organizado, de operações que geralmente funcionam fora do Reino Unido.
Há casos também em que as vítimas não têm prejuízo financeiro direto, mas recebem depósitos em suas contas, sendo usadas pelos criminosos em operações de lavagem de dinheiro.
"Os dados sugerem que o número de vítimas britânicas desse tipo relativamente novo de crime é muito maior do que os incidentes registrados podem indicar. O estudo também confirma as suspeitas de que se trata de um crime muito mais sério do que se suspeitava", disse Whitty, que destaca, além do prejuízo financeiro, os danos emocionais promovidos pelo golpe (com agência Fapesp).