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Censura implacável

Google pode abandonar mercado chinês

BBC Brasil
13 jan 2010 às 11:42

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A decisão foi anunciada depois que hackers chineses tentaram invadir contas pessoais do Gmail, da Google, abertas por ativistas de direitos humanos - Reprodução
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A gigante da internet Google anunciou nesta quarta-feira (13) que vai parar de censurar o conteúdo exibido no site na China e considera abandonar as operações no país, onde a rede mundial de computadores é fortemente controlada.

A decisão foi anunciada depois que hackers chineses tentaram invadir contas pessoais no serviço Gmail, da Google, abertas por ativistas de direitos humanos.

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O site classificou o ataque à privacidade dos dissidentes de "sofisticado e direcionado", mas não chegou a acusar o governo de ser responsável pela ação.

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A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o incidente "levanta preocupação e perguntas" e afirmou esperar que as lideranças chinesas deem uma explicação sobre a origem do ataque.

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Censura


O governo comunista exige que assuntos delicados como democracia e direitos humanos sejam censurados pelas ferramentas de busca e controla fortemente a rede de informação no país.

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O Google vinha se submetendo a essas restrições desde que começou a operar na China, há quatro anos, apesar de ter sofrido duras críticas no Ocidente por ceder ao controle do Partido Comunista.


Na China, o conteúdo disponível em sites de busca da internet passa obrigatoriamente pela aprovação do Departamento de Informação e Propaganda.

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O Google disse que vai dialogar com o governo nas próximas semanas para tentar encontrar uma saída dentro da lei que permita que o resultado das buscas não seja mais censurado.


A julgar pela postura tradicionalmente rigorosa da liderança comunista no que diz respeito à liberdade de expressão, estima-se que um acordo derrubando a censura dificilmente seja alcançado e o Google tenha de parar de operar na China.

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As ações do Google caíram depois do anúncio da decisão, mas ONGs de direitos humanos elogiaram a atitude da companhia.


Ataque

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Comentando em um blog o ataque dos hackers, o diretor de assuntos legais do Google, David Drummond, disse que o objetivo primário dos invasores era "acessar contas do Gmail de ativistas de direitos humanos ".


De acordo com a investigação do Google, duas contas foram violadas, mas os hackers só conseguiram ver a data da criação das contas e as linhas de assuntos dos emails. O conteúdo das mensagens não foi atingido.


O Google afirmou também que dezenas de contas de ativistas são regularmente acessadas por outras pessoas, mas isso não ocorre através de invasão aos servidores do Gmail, mas sim porque os próprios computadores dos dissidentes estão com vírus ou tiveram as senhas roubadas.

Além dos ativistas, pelo menos 20 empresas internacionais de diferentes áreas operando na China também foram alvo do ataque cibernético.


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