Após 18 dias de greve dos bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou nesta sexta-feira (14) à noite nova proposta de reajuste salarial que pode pôr fim ao movimento dos bancários.
A oferta dos bancos prevê correção de 9%, o que garante 1,5% de aumento real de salários. O Comando Nacional dos Bancários está orientando a aprovação da proposta pelas assembleias que serão realizadas pelos sindicatos da categoria na segunda-feira (17), em todo o País. A previsão é de que os bancários voltem ao trabalho já na terça-feira.
"Foi uma vitória importantíssima, porque tinha uma pressão muito forte sobre os bancários, no sentido de que não poderia haver aumento real de salários, pois isso serviria de referência para as outras categorias", avaliou Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
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A proposta dos bancos prevê também 4,5% de aumento real (acima da inflação) para os pisos salariais da categoria. Se aprovado pelas assembleias, o piso para bancários que exercem função de caixa passa para R$ 1,9 mil, para jornadas de seis horas. Para a função de escriturário, o piso salarial sobe para R$ 1,4 mil.
Na Participação dos Lucros e Resultados (PLR), houve aumento da parcela adicional de R$ 1,1 mil para R$ 1,4 mil. O teto da parcela adicional passou de R$ 2,2 mil para R$ 2,8 mil. "A PLR pode chegar a 2,2 salários, mais R$ 2,8 mil", explicou o sindicalista.
Oitavo ano
Na avaliação do Comando dos Bancários, a proposta dos bancos atende às principais reivindicações dos bancários, especialmente o aumento real de salários pelo oitavo ano consecutivo e a valorização do piso da categoria.
Inicialmente, os bancários reivindicavam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais a inflação do período), enquanto a Fenaban oferecia apenas 8% (0,56% de aumento real). Os bancários entraram em greve no dia 27 de setembro. A paralisação, que é considerada a maior em adesão da categoria nos últimos 20 anos, continua pelo menos até segunda-feira.
Os dias de greve não serão descontados. A proposta da Fenaban prevê que eles sejam compensados até 15 de dezembro. Assim como em anos anteriores, eventual saldo após esse período será anistiado.
"Este foi um processo de negociação bastante longo, mas que finalmente levou a um acordo entre as partes, construído na mesa de negociação", disse o diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, Magnus Apostólico.