Em meio a anúncios de eletrônicos, apartamentos, automóveis, serviços e entradas para shows, é possível dizer que o UEL Mercado Livre, grupo do Facebook com mais de 50 mil membros de Londrina e região, nada mais é que a junção de necessidades, ofertas e desejos. Em síntese, consumo sem intermediários.
No grupo é possível encontrar produtos novos e usados, se livrar dos móveis que estão ocupando espaço ou ainda complementar a renda mensal oferecendo algum tipo de serviço. Desde que legal, toda atividade ou mercadoria pode ser anunciada, informa um dos administradores, o vendedor Paulo Henrique de Oliveira, de 32 anos.
Em junho de 2012, seu sócio, Otavyo Silva, lançou a página, cuja atual movimentação financeira mensal, segundo Oliveira, é milionária. "Temos muitas ofertas de imóveis, carros, produtos eletrônicos. Por baixo, a cada mês o grupo movimenta cerca de 1 milhão de reais", estima. O sucesso, segundo ele, se deve à ligação direta entre comprador e vendedor. O site Mercado Livre é citado por Oliveira como um exemplo. Lá, a cada transação a operadora fica com uma porcentagem que varia entre 6% e 8%.
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No grupo, a regulação é feita pelo próprio fluxo de postagens. "Cada um pode colocar quantos anúncios quiser, desde que de produtos diferentes. Nossas regras são claras: só permitimos um up [comentário na postagem que a alça ao topo da página] por hora e todo produto precisa ser postado com preço", diz. Entre a inclusão de novas mercadorias e comentários ou perguntas nas antigas, Oliveira estima uma taxa entre 10 a 15 movimentações por minuto. Os melhores horários para postagem, informa, são aqueles nos quais há mais gente conectada: das 13h às 14h e entre 20h e meia-noite.
Para controlar este volume de informação, sete administradores dedicam boa parte do seu tempo on-line. "Eu trabalho em casa, com o computador. Enquanto estou conectado, estou sempre olhando o UEL Mercado Livre para filtrar usuários, excluir quem repetidamente não obedece às regras ou intermediar problemas entre os usuários", diz Oliveira.
A equipe atende a uma demanda média diária de 200 novos membros. Para manter o funcionamento do grupo sem a intromissão de fakes que trazem riscos aos usuários com ações ilegais que no limite chegam a roubos, os moderadores conferem a procedência de cada usuário para eliminar ameaças.
Atualmente, a remuneração de Oliveira e Silva se dá com anúncios colocados no banner no topo da página do grupo e com acordos com vendedores para a fixação de ofertas por um determinado período de tempo. Ele não cita valores, mas informa que a atividade à frente do grupo serve para complementar a renda mensal.
"Estamos pensando em novas ferramentas para aumentar os nossos ganhos, mas ainda não definimos como", revela. O vendedor projeta criar um serviço no qual moradores de outras cidades poderiam utilizar os administradores do grupo como intermediários das transações. A ideia é cobrar uma taxa por estas operações, sem restringir o modelo de funcionamento atual do grupo.