O grupo japonês Kirin, um dos maiores fabricantes globais de cerveja, acertou a compra da participação de 49,55% que estava nas mãos dos acionistas minoritários da cervejaria Schincariol. O acordo foi de R$ 2,35 bilhões - menos do que os irmãos José Augusto, Daniela e Gilberto Schincariol queriam, mas mais do que a Kirin pretendia pagar para ter 100% das ações da Schincariol.
Em agosto, a Kirin já havia adquirido 50,45% dos sócios majoritários Adriano e Alexandre Schincariol por R$ 3,95 bilhões. Mas os minoritários - primos de Adriano e Alexandre - foram à Justiça, alegando ter direito de preferência à compra das ações. Conseguiram uma liminar impedindo a venda - liminar posteriormente derrubada.
Nesse meio tempo, a Schincariol já havia começado a sentir os reflexos da turbulência - perdeu, por exemplo, a segunda posição no ranking de participação de mercado para a concorrente Cervejaria Petrópolis, na última leitura feita pela Nielsen.
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Envolvidos na negociação ressaltaram que chegar a um acordo demandou grande dose de paciência. O contrato final só foi assinado no final da tarde de ontem. Os executivos japoneses faziam questão de comunicar a compra na Bolsa de Tóquio apenas mediante a apresentação de toda a documentação. Não queriam pendências que pudessem surpreendê-los com discussões jurídicas no futuro.
Com o acerto, a companhia familiar, fundada em 1939 pelo filho de imigrantes italianos Primo Schincariol, torna-se parte de um dos maiores grupos de bebida do Japão. Adriano Schincariol fica na empresa até janeiro. Já o primo Gilberto deixa a empresa agora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.